Portugal e Itália. Divergências e Convergências em Quarenta e Três Anos de Relações Diplomáticas (1943-1986)
Autor: | Matos, Vera Margarida Coimbra de |
---|---|
Přispěvatelé: | Ribeiro, Maria Manuela Tavares |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2015 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) instacron:RCAAP |
Popis: | Tese de doutoramento em História, em Altos Estudos, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Entre 1943 e 1986, as relações diplomáticas luso-italianas caracterizaram-se por uma progressiva aproximação. Finda a II Guerra Mundial, a Itália, membro do Eixo até 1943, assinava, em 1947, o Tratado de Paz como país vencido. Em Portugal, os governantes portugueses temiam que a vitória dos Aliados levasse ao fim do Estado Novo, um regime antidemocrático e autoritário com características fascizantes. As incertezas e as expectativas internas e externas eram, pois, vividas em Lisboa e em Roma com nervosismo até ao final dos anos 40, quando os instrumentos principais das relações internacionais no Ocidente – como a ONU, a OECE, a NATO e a CECA – ficam delineados, permitindo aos dois países integrarem-se numa esfera de interacção comum e no âmbito da qual as relações luso-italianas ficavam reforçadas. Contudo, se a Itália garantia o seu lugar nos projectos de cooperação europeia, Portugal direccionava-se para o Ultramar. Também aqui as relações luso-italianas poderiam encontrar um ponto de reforço se ao anticolonialismo professado pelo Governo de Roma não se opusesse o acérrimo colonialismo do Governo de Lisboa, com a desconfiança do Governo português a acentuar-se com o início das guerras coloniais, a partir de 1961. Condenado na ONU, pressionado na NATO, Portugal buscava o apoio da Itália, cedido apenas dentro dos limites da solidariedade devida a um aliado no quadro da Aliança Atlântica. Caído o Estado Novo em Abril de 1974, Roma e Lisboa encetavam um período de maior identificação em termos de princípios políticos e de objectivos, com a primeira a ceder os seus préstimos para garantir o sucesso da transição democrática e para acelerar o processo da negociação da independência das colónias. Ao fazê-lo, pretendia não só solidificar as relações diplomáticas com Lisboa, mas também com os novos países surgidos do Ultramar, considerados altamente rentáveis para investir e alargar a presença da Itália na África. A Democracia de Abril veio também permitir o estreitamento das relações luso-italianas no campo multilateral, com a Itália a ter um papel de destaque no processo de adesão de Portugal à CEE não só ao impor um número de reformas a executar a nível comunitário para optimizar o funcionamento institucional e salvaguardar a economia italiana, produtora de produtos similares à portuguesa e com necessidades símiles em termos de financiamentos europeus, mas também ao acelerar a conclusão das negociações, em 1985. Between 1943 and 1986, a growing closeness characterizes the Portuguese – Italian diplomatic relations. After the World War II, while the Portuguese leaders feared the ruin of the Estado Novo, an antidemocratic and authoritarian regime with fascist characteristics, the Italian Government signed, in 1947, the Peace Treaty as a defeated ally of the Nazi Germany. The uncertainties and the expectations were, therefore, nervously felt in Lisbon and Rome till the end of the 40´s, when the two countries join the OEEC and the OTAN and assure their acceptance by the western partners. At the same time, the diplomatic relations between them were strengthened. However, while the Italians focused on the development of the European communities, the Portuguese focused on their Colonial Empire. By this time, the anti-colonialism of the Italian government, as opposed to the colonialism of the Portuguese government, created some difficulties in the relations between the two. The situation got worse with the beginning of the Portuguese colonial wars, in 1961. Condemned by the UN and pressured by the NATO, Portugal searched for Italy's support, which was given only sparingly. Simultaneously, the African nationalists and the political opposition to the Estado Novo enlarged their support base in Italy, mainly in the political sectors of the left, which had negative consequences in the relations between Lisbon and Rome. With the revolution of April 25th 1974, the Estado Novo disappeared without resistance. With the new democratic and anti-colonialist regime, the relations between Rome and Lisbon entered a new phase of greater cooperation. The Italian Government helped the new government with the democratic transition, the decolonization and the negotiation of the Portuguese entrance into the European Economic Community. By doing so, Italy attempted not only to strengthen the diplomatic relations with Portugal and with the new African countries, very appealing to the Italian capital, but also to fortify the role and influence of her own and that of the southern Europe in the European communities. |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |