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Introdução: A epilepsia do lobo temporal Mesial (ELMT) associada à esclerose hipocampal (EH) necessita muitas vezes de tratamento cirúrgico. Para tanto, é necessário identificar um foco unilateral das crises. Na maioria das vezes, a EH visualizada à RNM se correlaciona com a origem das descargas ao EEG de escalpo. Porém, em uma minoria, o registro de descargas contralaterais ao lado da EH deixa dúvida quanto ao foco epileptogênico, cabendo aí uma investigação eletrofisiológica invasiva, mais fidedigna. Objetivo: Relatar três casos em que a investigação inicial não confirmou a lateralidade das crises, ilustrando a falsa lateralização no EEG de escalpo na ELMT/EH. Discussão: Como as descargas da EH provêm de regiões profundas do cérebro, estas poderiam se propagar para o lado contralateral antes de atingir a superfície. Por outro lado, é possível que o estímulo a longo prazo do lobo contralateral possa se transformar em uma área independente de crises (epileptogênese secundária), o que contra-indicaria a cirurgia. A investigação invasiva dos pacientes com discordância dos estudos de imagem e neurofisiológico inicial traz maior segurança na indicação operatória da ELMT/EH, uma vez que a cirurgia nos casos de foco bilateral poderia ter resultados catastróficos |