Une géographie du Brésil en 3 dimensions

Autor: François Moriconi-Ebrard
Rok vydání: 2019
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Zdroj: Confins, Vol 40 (2019)
Popis: Cet article explore le rôle géopolitique de l’altitude, cette troisième dimension de l’espace oubliée de la modélisation spatiale en géographie. Le modèle est ici appliqué au peuplement brésilien depuis l’époque de la conquête jusqu’à l’ère contemporaine. Le point de départ est le chorème dû à Hervé Théry qui conclut l’Atlas du Brésil (GIP Reclus, 1986) et qui fait référence en termes d’organisation de l’espace national. L’hypothèse est que les acteurs tentent de s’emparer de singularités de position et de contrôler politiquement les trajectoires qui y conduisent. La topographie du Brésil est symbolisée géométriquement par un dôme topographique que l’on peut contourner par le nord (talweg amazonien), l’est (talweg paranéen) et par l’ouest (littoral atlantique). L’appropriation du dôme s’effectue par mouvements de contournement (phase 1), puis montants en utilisant les fonds de vallées (phase 2), puis descendants en suivant au contraire les lignes de crêtes des interfluves (phase 3). On retrouve ainsi une périodisation classique en trois phases de l’histoire du peuplement et de l’économie du Brésil (Pinheiro, 2007), dont chacune se caractérise par des positions privilégiées que l’on peut assigner à des logiques topographiques, et des trajectoires géopolitiques singulières qui permettent de contrôler ces positions. L’importance relative de ces trois phases est mesurée à l’aide de trois variables simples : les coordonnées géographiques centrales des municipalités, l’évolution de leur population depuis 1872, sous contrainte de la variable « altitude ». Ce modèle permet de reconstruire par le raisonnement les caractéristiques fondamentales des structures spatiales du Brésil. Il oppose entre autres deux sociétés, celle du Littoral/Nordeste à celle des hauteurs de l’Intérieur, qui est une réalité politique encore d’actualité. Cette modélisation permet aussi de reconnecter certaines réalités fondamentales physiques humaines qui fondent l’unité des sciences géographiques. Este artigo explora o papel geopolítico da altitude, essa terceira dimensão do espaço esquecido da modelização espacial na geografia. O modelo é aqui aplicado ao povoamento brasileiro desde o período da conquista até a era contemporânea. O ponto de partida é o “corema” proposto por Hervé Théry (GIP Reclus, 1986) e que conclui o Atlas do Brasil, o qual tornou-se uma referência em termos de organização do espaço nacional. A hipótese é que os atores tentam se apropriar das singularidades da posição e de controlar politicamente as trajetórias que levam a elas. A topografia do Brasil é simbolizada em 3D por uma geometria do domo topográfico que pode ser arredondada pelo norte (talvegue amazônico), pelo leste (talvegue paranense) e pelo oeste (costa atlântica). O processo de apropriação do domo é feito por movimentos circulares (fase 1), em seguida, de penetração usando o fundo dos vales (fase 2), e depois descendentes seguindo as linhas de pico interfluviais (fase 3). Encontramos, assim, uma clássica periodização trifásica da história do povoamento do país (Pinheiro, 2007), cada qual caracterizada por posições privilegiadas que podem ser atribuídas a lógicas topográficas e trajetórias geopolíticas singulares que permitem controlar essas posições. A importância relativa destas três fases é medida usando três variáveis ​​simples: as coordenadas geográficas centrais dos municípios, a evolução de sua população desde 1872, sob a restrição da variável "altitude". Esse modelo oferece à possibilidade de reconstruir, raciocinando sobre as características fundamentais das estruturas espaciais do Brasil. Ela se opõe, entre outras coisas, a duas sociedades, a do Litoral / Nordeste à das alturas do Interior, que é uma realidade política ainda atual. Essa modelização também permite reconectar algumas realidades fundamentais tanto físicas como humanas que fundamentam a unidade das ciências geográficas. This article explores the geopolitical role of elevation, this third but forgotten dimension of the of spatial modelization in geography. The model is here applied to the Brazilian process of settlement from the time of conquest to the contemporary era. The starting point is the “choreme” due to Hervé Théry which concludes the Atlas of Brazil (GIP Reclus, 1986) and which is a true reference in terms of organization of the national space of this country. The hypothesis is that the actors try to seize positional singularities and to control politically the trajectories that lead to them. The topography of Brazil is geometrically symbolized by a topographic dome that can be circumvented by the north (Amazon thalweg), the east (Paranean thalweg) and by the west (Atlantic littoral). The appropriation of the dome is made by circumvention movements (phase 1), then by ascending penetration pathways using the valley bottoms (phase 2), then, on the contrary, by top-down pathway following the interfluve peak lines (phase 3). We thus find a classical three-phase periodization of the Brazilian population and economic history (Pinheiro, 2007), each of which is characterized by privileged positions that can be assigned to topographic logics, and singular geopolitical trajectories that allow to control these positions. The relative importance of these three phases is measured using three simple variables: the central geocoordinates of the municipalities, the evolution of their population since 1872, under the constraint of the "elevation above the sea level" variable. This model allows to reconstruct by a theoritical reasoning the fundamental characteristics of the spatial structures of Brazil. It opposes among other things two societies : that of Littoral / Nordeste to that of the heights of the Interior, which is a political reality still current. This modeling also makes it possible to reconnect certain human and physical basic realities which found the unity of the geographical sciences.
Databáze: OpenAIRE