Bioatividade: uma propriedade secundária em vidros bioativos de composições complexas?
Autor: | Santana, Lucas de Araújo Bastos |
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Přispěvatelé: | Santos, Euler Araujo dos |
Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2021 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UFS Universidade Federal de Sergipe (UFS) instacron:UFS |
Popis: | Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES The test used to assess the bioactivity proposed by Kokubo associates the apatite formation on biomaterials immersed in simulated body fluid (SBF) with a better biological performance. However, there is evidence that some materials tend to stimulate osteoprogenitor cells regardless of apatite precipitation, i.e., in absence of bioactivity, especially in bioceramics with complex compositions. For instance, divalent ions such as Zn2+, Mg2+ and Mn2+ are known to play important roles in signaling cascades associated with bone regeneration, although they are known to diminish apatite precipitation under certain conditions. To further discuss the validity of Kokubo assays in predicting the biological performance of complex composition bioceramics, five different glass compositions were synthesized in which CaO was partially replaced by ZnO, MgO and MnO: 80% SiO2 · (16% - x) CaO · x% MO · 4% P2O5 (mol%; x = 0, 2 and 6%). The glasses were synthesized via the sol-gel process and their physical-chemical properties were evaluated by thermogravimetric analysis (TGA/DTG), differential thermal analysis (DTA), wavelengthdispersive X-ray fluorescence (WDXRF), Raman spectroscopy, X-ray diffraction (XRD), scanning electron microscopy (SEM) and surface roughness. The biological behavior of the glasses was studied via acellular bioactivity assay in SBF, followed by adhesion, proliferation and differentiation of osteoblast-like human osteosarcoma cells (MG-63). It was possible to observe that the mass loss events did not undergo significant changes after the partial replacement of CaO by MnO, ZnO and MgO oxides. However, the addition of oxides reduced the glass transition temperature (Tg) and the crystallization temperature (Tc) of the glasses due to the increase in non-binding oxygen (NBO). The glasses in which CaO was replaced had their bioactivity impaired, evidenced by the absence of formation of the hydroxyapatite surface layer in SBF. However, even with the inhibited bioactivity, the glass containing MgO was able to stimulate the adhesion, cell proliferation and ALP production of MG-63 cells. In glasses containing ZnO and MnO, bioactivity was also inhibited, while low cell proliferation and high production of ALP were observed. These results demonstrate a divergence between the expected biological performance suggested by Kokubo assay and the performance observed indeed from cellular assays with MG-63. Therefore, the presence of trace elements in bioceramics with complex compositions exposes even more the reliability of Kokubo assays in predicting their biological performance, notably adhesion, proliferation, and differentiation of osteoblastic cells, indicating that apatite formation is not a definitive criterion to confirm biocompatibility. O ensaio utilizado para avaliar a bioatividade proposto por Kokubo associa a capacidade de precipitação de apatita na superfície de biomateriais imersos em fluido biológico simulado (SBF) com um melhor desempenho biológico. No entanto, existem evidências de que mesmo apresentando baixa ou nenhuma bioatividade (precipitação de apatita), alguns biomateriais tendem a estimular o comportamento de células osteoprogenitoras por vias diferentes, principalmente nas atuais biocerâmicas de composições complexas. Por exemplo, os íons bivalentes Zn2+, Mg2+ e Mn2+ são conhecidos por desempenharem importantes papéis na ativação de cascatas de sinalização associadas à regeneração óssea, ao mesmo tempo em que são conhecidos por dificultar a precipitação de apatita em certas condições. Portanto, para aprofundar a discussão sobre a validade dos ensaios de Kokubo na predição do desempenho biológico de biocerâmicas de composições complexas, foram sintetizadas cinco composições diferentes de vidros nos quais o CaO foi parcialmente substituído por ZnO, MgO e MnO: 80%SiO2 · (16% − x)CaO · x%MO · 4%P2O5 (% em mol; x = 0, 2 e 6%). Os vidros foram produzidos via processo sol-gel e as suas propriedades físico-químicas foram avaliadas por análise termogravimétrica (TGA/DTG), análise térmica diferencial (DTA), fluorescência de raios X por dispersão em comprimento de onda (WDXRF), espectroscopia Raman, difração de raios X (DRX), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e rugosidade de superfície. O comportamento biológico das amostras foi avaliado via testes de bioatividade acelulares em SBF e testes de adesão, proliferação e diferenciação de células de osteossarcoma humano semelhantes a osteoblastos (MG-63). Por meio das análises foi possível observar que os eventos de perda de massa não sofreram alterações significativas após a substituição parcial do CaO pelos óxidos MnO, ZnO e MgO. No entanto, a adição dos óxidos reduziu a temperatura de transição vítrea (Tg) e a temperatura de cristalização (Tc) dos vidros em função do aumento de oxigênios não ligantes (NBO). Os vidros em que o CaO foi substituído tiveram sua a bioatividade prejudicada, evidenciado pela ausência de formação da camada superficial de hidroxiapatita em SBF. Porém, mesmo com a bioatividade inibida, o vidro contendo MgO foi capaz de estimular a adesão, proliferação celular e produção de ALP de células MG-63. Nos vidros contendo ZnO e MnO, a bioatividade também foi inibida, ao mesmo tempo em que uma baixa proliferação celular e alta produção de ALP foram observadas. Esses resultados demonstram claramente uma divergência entre o desempenho biológico esperado via ensaio de bioatividade e aquele realmente observado nos ensaios celulares com MG-63. Portanto, a presença de oligoelementos em biocerâmicas de composições complexas expõe cada vez mais a fragilidade dos ensaios de bioatividade na predição do seu desempenho biológico no que se refere a adesão, proliferação e diferenciação de células osteoblásticas, indicando que a formação de apatita não é um critério definitivo para se confirmar sua biocompatibilidade. São Cristóvão, SE |
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