Realizar, repetir, reagir: crítica de desempenho e racionalidades políticas contemporâneas
Autor: | Martin, Diana Damian |
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Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2019 |
Předmět: | |
Zdroj: | Sinais de Cena; 2.ª série, n.º 3 (2018); 24-39 Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC)-FCT-Sociedade da Informação instacron:RCAAP Sinais de Cena; 2nd series, nr. 3 (2018); 24-39 |
ISSN: | 2184-9552 1646-0715 |
Popis: | Michael Gove, one of the main faces of the Vote Leave campaign, recently said that "people in this country have had enough of pundits". According to journalist Henry Mance, in an article for the Financial Times, Gove's inability to demonstrate, economically, his argument that the UK was sending £350 million to the EU every week was proof that the politics of "post-truth" had already penetrated the UK. The term 'post-truth politics' is grounded in a contemporary era in which fraud is a transparent and powerful currency of exchange, both fiscally and politically; it exposes the precarity of meaning, in which the structures that legitimise and sometimes legislate facts and their circulation have become fluid. Post-truth" policies also show a paradox: on the one hand, the growing need to resort to experts, to intellectual supports, to critical and political involvement that allow differentiation to occur for and with the public; on the other hand, scepticism towards the singularity and autonomy of these experts, fearing their corruption, tied to forms of subjectivity in which the boundaries between public and private, between fact and fiction, become difficult to discern. POST-TRUTH / PERFORMANCE / POLITICAL CRITICISM / PUBLIC SPHERE / PERFORMING ARTS CRITICISM Michael Gove, um dos principais rostos da campanha Vote Leave (do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia), disse recentemente que «as pessoas, neste país, estão fartas de especialistas». Segundo o jornalista Henry Mance, num artigo para o Financial Times, a incapacidade de Gove demonstrar, economicamente, o seu argumento de que o Reino Unido enviava semanalmente 350 milhões de libras para a União Europeia era a prova de que as políticas de «pós‑verdade» já tinham penetrado no Reino Unido. A expressão «políticas de pós‑verdade» assenta numa era contemporânea em que a fraude é moeda de troca transparente e poderosa, a nível tanto fiscal como político; expõe a pre‑ cariedade do sentido, em que as estruturas que legitimam e que, por vezes, legis‑ lam os factos e sua circulação se tornaram fluidas. As políticas de «pós‑verdade» evidenciam também um paradoxo: por um lado, a necessidade crescente de recorrer a especialistas, a sustentações intelectuais, ao envolvimento crítico e político que permitam que a diferenciação ocorra para e com o público; por outro, o cepticismo face à singularidade e autonomia desses especialistas, temendo‑se a sua corrupção, amarrada a formas de subjectividade em que as fronteiras entre o público e o privado, entre os factos e a ficção se tornam difí‑ ceis de discernir. PÓS‑VERDADE / PERFORMANCE / CRÍTICA POLÍTICA / ESFERA PÚBLICA / CRÍTICA DE ARTES PERFORMATIVAS |
Databáze: | OpenAIRE |
Externí odkaz: |