'Uma Terceira Coisa': O Papel do Espaço e do Tempo na Crítica ao Funcionalismo Arquitetónico

Autor: Ferrer, Diogo Falcão
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2020
Předmět:
Zdroj: Revista Filosófica de Coimbra; Vol. 29 No. 58 (2020): Revista Filosófica de Coimbra Vol. 29 Nº 58; 321-336
Revista Filosófica de Coimbra; Vol. 29 N.º 58 (2020): Revista Filosófica de Coimbra Vol. 29 Nº 58; 321-336
ISSN: 0872-0851
2184-7584
DOI: 10.14195/0872-0851_58
Popis: Assuming that architecture and philosophical thought about it are essential elements for human self-understanding, this paper defends three points about the role of space and time in functionalist architecture and its critique. (1) Two significant examples in the History of Philosophy, namely the Platonic concept of place (chōra) and the Kantian concept of schema (Schema), show that space and time as basic elements of human experience are closely related to sensibility and imagination, and cannot be reduced to an exclusively objective functionalization. (2) Secondly, I argue that architectural functionalism deliberately did not take into account the aspects of space and time that link them to sensibility and imagination. (3) As a result of the preceding points, complemented by references to the position of functionalism relative to historical time and to the means-ends relationship, and considering some important authors of the 20th century (Heidegger, Bachelard, J. Pallasmaa, G. Böhme), a third point is defended, namely that the shortcomings attributed to functionalism stem from the fact that it ignored space and time in its relation to sensibility and imagination. These theses will ultimately show that architecture can be understood as a sensible scheme of human self-understanding.
Assumindo que a arquitetura e o pensamento filosófico a seu respeito são elementoes essenciais para a auto-compreensão do humano, este artigo defende três pontos acerca do papel do espaço e do tempo na arquitetura funcionalista e na sua crítica. (1) Dois exemplos significativos na História da Filosofia, nomeadamente, o conceito platónico de espaço (chōra) e o conceito kantiano de esquema (Schema) mostram que o espaço e o tempo como elementos básicos da experiência humana estão intimamente relacionados com a sensibilidade e a imaginação e não podem ser reconduzidos a uma funcionalização exclusivamente objetiva. (2) Defendo, em segundo lugar, que o funcionalismo arquitetónico não tomou deliberadamente em consideração os aspectos do espaço e do tempo que os ligam à sensibilidade e à imaginação. (3) Como resultado dos pontos precedentes, complementados por referências à posição do funcionalismo em relação ao tempo histórico e à relação de meios e fins, e considerando alguns autores importantes do séc. XX (Heidegger, Bachelard, J. Pallasmaa, G. Böhme), um terceiro ponto é defendido, a saber que as insuficiências atribuídas ao funcionalismo derivam do facto de que este ignorou o espaço e o tempo na sua relação com a sensibilidade e a imaginação. Estas teses mostrarão, finalmente, que a arquitetura pode ser entendida como um esquema sensível da auto-compreensão humana.
Databáze: OpenAIRE