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A abertura da comunicação acerca da adoção estabelecida na família adotiva constitui aspeto essencial na vivência da adoção e na construção da identidade da criança adotada. Por esse motivo, tem sido alvo de atenção crescente por parte da comunidade científica. No entanto, a investigação que se debruça sobre os fatores preditores do tipo de comunicação estabelecida na família adotiva é ainda escassa. Assim, o presente estudo tem como objetivo estudar potenciais preditores do padrão de comunicação na família adotiva, equacionando variáveis relativas à criança, na perspetiva da própria e dos pais. Neste estudo, participaram 103 crianças adotadas, de 8-10 anos de idade e as respetivas 103 figuras parentais. As experiências relativas à adoção (comunicação e vivência) e a competência social foram avaliadas, junto das crianças e dos pais, através da Entrevista à Criança sobre Adoção (ECA), Entrevista sobre o Processo de Adoção - versão pais de crianças (EPA-C) e a SSIS_RS (versão autorrelato e versão para Pais), respetivamente. As estratégias de coping da criança foram avaliadas através do CCSC-R1. Os resultados permitiram identificar um conjunto de preditores do padrão de comunicação na família, sendo que a probabilidade de ser desenvolvido um padrão de comunicação aberto e emocionalmente positivo aumenta quando as crianças foram adotadas mais novas, quando reportam uma vivência mais positiva da mesma, quando recorrem a mais estratégias ativas de coping e quando apresentam menos problemas de comportamento. Estes resultados permitem uma melhor abordagem à comunicação estabelecida na família adotiva abrindo pistas de intervenção profissional em adoção. |