Dinâmica temporal da epidemia de AIDS no Brasil segundo condição socioeconômica, no período 1986-1998

Autor: Medeiros, Maria Goretti Pereira Fonseca
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2002
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da FIOCRUZFundação Oswaldo CruzFIOCRUZ.
Druh dokumentu: Doctoral Thesis
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Estudos anteriores apontam para uma disseminação progressiva da epidemia de AIDS no Brasil para populações menos favorecidas socioeconomicamente (hipótese de "pauperização"). Estuda a dinâmica da evolução temporal da epidemia de AIDS no Brasil, segundo a condição socioeconômica dos casos. Foram analisados os casos de AIDS notificados à Coordenação Nacional de DST e AIDS do Ministério da Saúde, com data de diagnóstico entre 1986 e 1998. Os resultados são apresentados em três artigos. O primeiro artigo compreende a análise, para ambos os sexos, da evolução temporal das taxas de incidência segundo grau de escolaridade, por região e ano de diagnóstico, após corrigir a informação para os casos com escolaridade ignorada através de um modelo de análise discriminante. O segundo artigo descreve a evolução temporal da distribuição proporcional do casos de AIDS por grau de escolaridade, segundo região, tamanho populacional dos municípios e categorias de exposição. Compreende ainda uma análise para verificar o efeito conjunto dessas variáveis através de um modelo logístico multivariado. O terceiro artigo compreende a análise dos casos de AIDS, para ambos os sexos, segundo participação no mercado de trabalho e ocupaçào, com análise do status socioeconômico dos casos de AIDS, segundo região e categoria de exposição. Os resultados corroboram a hipótese de que a epidemia de AIDS no Brasil iniciou-se nos segmentos populacionais de maior nível socioeconômico, apresentando, inicialmente, um gradiente social "invertido" (ou seja, desfavorável aos segmentos privilegiados) quando comparado ao das demais doenças infecciosas e à ampla maioria das doenças crônico-degenerativas. No entanto, tal gradiente social se modifica ao longo dos anos, evidenciando claramente um processo de "pauperização" da epidemia, em curso. Tal processo reclama uma participação efetiva da sociedade e uma ampliação das ações em saúde de prevenção e assistência para as populações empobrecidas e marginalizadas, eselecendo canais efetivos de comunicação, objetivando conter a disseminação da epidemia para essas populações e provê-las oportunamente dos melhores recursos terapêuticos.
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