Violência contra enfermeiras da estratégia de saúde da família: caracterização e implicações

Autor: Almeida, Jank Landy Simôa
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2012
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFPBUniversidade Federal da ParaíbaUFPB.
Druh dokumentu: masterThesis
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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Regarding coexistence and interpersonal relationships between human beings, it is relevant to infer that one of the most reprehensible situations among the many that permeate daily life is violence. In this context, it appears that violence against women, specifically, is also called "gender violence" because it is based on asymmetrical power relations between men and women, where women often find themselves in a situation of subordination. This study aimed to investigate gender-based violence against nurses in the Family Health Strategy (FHS), in Campina Grande / PB. The work was constructed as a quantitative field study that was descriptive, exploratory and explanatory of 76 UBSF in the city of Campina Grande with 80 of the 92 nurses participating in the Family Health Strategy program in this city. For primary data collection, a questionnaire was used, with 17 objective questions pertaining to socio-demographics, gender and violence. After performing a pre-test sample, the participants were contacted by telephone, informed of the objectives of the study, and sample collection was scheduled. Data processing was performed using SPSS for Windows, version 15.0, and analyzed using descriptive statistics, through the presentation of frequencies and percentages, measures of central tendency and variability for discussions of results. After approval of the research project with the CAAE - 0227.0.133.000-11 by ZIP Code, State University of Paraíba, the study was developed taking into account the ethical aspects of research involving humans, as recommended by Resolution 196/96 National Health Council. The participants were 80 nurses, with a mean age of 35.54 years (SD = 7.61), ranging from 23 to 55 years. Most of the surveyed were mulatto, married or in a stable relationship, had children, Catholic, post-graduate level of expertise and earned between 2000 and 3000 reals. The assaults were committed mostly by users of the health service or by their own colleagues. As immediate or mediate reactions to the aggressive act, the more frequent responses observed were verbal and / or physical reaction; aggression was ignored / silenced. All forms of violence against women were reported, including sexual abuse; however, the most frequent were psychological and moral. The main physical consequences in increasing frequency were headache, palpitations and tremors, and in the psychological realm at higher frequencies: stress, powerlessness and insecurity. Results showed that gender-based violence also extends to other places where there is the presence of women, not only those commonly referred to as the domestic and / or family, but also professional areas. It is necessary to expand the studies on gender violence, the identification of groups and social actors involved, as well as the dissemination of these experiences and the building plans for coping with violence at work. If it is not, the cycle of gender violence will not be undone and will continue to be perpetrated even in the most different social spaces where women are present.
No tocante a convivência e relações interpessoais entre os seres humanos é relevante inferir que uma das situações mais condenáveis, dentre as muitas que permeiam o cotidiano, é a da violência. Neste contexto infere-se que a violência contra a mulher, especificamente, é também denominada violência de gênero por fundamentar-se em relações assimétricas de poder entre homens e mulheres, nas quais a mulher comumente encontra-se em situação de subordinação. Esse estudo dissertativo teve por objetivo investigar a violência de gênero contra enfermeiras na Estratégia de Saúde da Família (ESF), no município de Campina Grande/PB. O trabalho desenvolvido se constituiu como um estudo quantitativo de campo, de caráter descritivo, exploratório e explicativo desenvolvido em 76 UBSF na cidade de Campina Grande com 80 enfermeiras dentre as 92 que integram a Estratégia de Saúde da Família neste Município. Para coleta de dados primários foi utilizado um questionário, com 17 questões objetivas pertinentes a situação sócio-demográfica, gênero e violência. Após realização de pré-teste amostral, as pesquisadas foram contatadas por telefone, informadas sobre os objetivos do estudo e a coleta foi agendada. O tratamento de dados foi feito através do programa SPSS para Windows, versão 15.0, e analisados através de estatística descritiva, por meio da apresentação de freqüências e porcentagens, medidas de tendência central e de variabilidade para discussões dos resultados encontrados. Após a aprovação do projeto de pesquisa com a CAAE - 0227.0.133.000-11 pelo CEP da Universidade Estadual da Paraíba, o mesmo foi desenvolvido levando-se em consideração os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, preconizados pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Participaram da pesquisa 80 enfermeiras, com média de idade de 35,54 anos (DP=7,61), variando de 23 a 55 anos. A maioria das pesquisadas era da raça parda; casadas ou com união estável; possuía filhos; católicas; pós-graduadas em nível de especialização e ganhavam entre 2000 e 3000 reais. As agressões foram praticadas em sua maior parte por usuários do serviço de saúde ou pelos próprios colegas de trabalho. Como reações imediatas ou mediatas ao ato agressivo, foram observadas as respostas mais frequentes - reação verbal e/ou física; agressão foi ignorada/silenciada. Todas as formas de violência contra a mulher foram relatadas, inclusive a sexual, no entanto as mais frequentes foram a psicológica e a moral. As principais consequências no âmbito físico citadas em frequência de repetição foram as cefaleias, as palpitações e os tremores; e no âmbito psicológico em frequências mais elevadas: estresse, sensação de impotência e insegurança. Os resultados mostraram que a violência de gênero se estende também a outros lugares onde há a presença da mulher, e não somente aqueles habitualmente referidos como o espaço doméstico e/ou familiar, entre outros. Torna-se necessário ampliar os estudos sobre violência de gênero, a identificação de grupos e atores sociais envolvidos, bem com a divulgação dessas experiências e a construção de planos de enfretamento da violência no trabalho. Se assim não o for, o ciclo de repetição da violência de gênero não será desfeito e a mesma continuará sendo perpetrada nos mais diferentes espaços sociais onde a mulher se faz presente.
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