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Este estudo experimental em cães objetiva avaliar, comparativamente, de modo prospectivo e randomizado, a cicatrização das suturas colocólicas realizadas em intestino sem preparo intestinal, utilizando-se um bypass intracolonico, com um dreno de Penrose, e apos limpeza mecânica transoperatória do colo, pela técnica retrograda. Foram utilizados trinta cães, distribuídos em três grupos de dez animais. Nos cães do grupo-controle (grupo A), realizou-se colotomia, no colo descendente, e sutura colocólica termino terminal continua, em plano único extramucoso, utilizando-se o fio de MaxonR 3-0, sem limpeza mecânica previa do colo. Os animais dos grupos de experimentação (B e C) foram submetidos ao mesmo procedimento realizado no grupo A, porem no grupo B a sutura colocolica foi protegida por um bypass intracolonico, realizado com um dreno de Penrose, o qual, fixado circunferencialmente 2 cm acima da face mucosa da sutura, atuaria como fator de proteção contra extravasamento fecal. No grupo C, a sutura foi realizada apos limpeza mecânica transoperatória retrograda do colo com um conjunto valvular fechado. Os cães de cada grupo foram distribuídos em dois subgrupos de cinco animais e sacrificados no 7o (subgrupos Al, Bl, Cl) e 14° (subgrupos A2, B2, C2) dia pós-operatório. Avaliou-se o tempo operatório na execução dos procedimentos e, apos o sacrifício, avaliou-se a ferida cirúrgica, a cavidade peritoneal, e a sutura colocólica, macroscopicamente pela sua superfície externa, teste de resistência a insuflação de ar atmosférico e exame da superfície interna, e microscopicamente, pela microscopia óptica. Os resultados demonstraram não haver diferença estatisticamente significativa quanto ao tempo operatório dos procedimentos quando se compararam os grupos de experimentação (B e C) entre si, no entanto, houve diferença significativa na comparação destes grupos com o grupo controle (A) (p=0,Q001*), o qual apresentou um tempo operatório significativamente menor. A presença de infecção da ferida cirúrgica foi observada em um animal do grupo A, dois do grupo B e dois do grupo C. Não houve fistula da sutura colocólica em nenhum animal. Observou-se deiscência da sutura colocólica em um cão do grupo A (subgrupo Al) e dois do grupo B (ambos do subgrupo Bl). A analise estatística dos resultados da observação macroscópica, relacionados a presença de infecção da ferida cirúrgica e de fistula e deiscência da sutura colocólica, não demonstrou diferença significativa entre os grupos e seus respectivos subgrupos. A avaliação da taxa de resistência da sutura colocólica a insuflação de ar atmosférico revelou valores significativamente maiores no subgrupo Cl em comparação com o subgrupo Bl(p=0,005*), e valores similares entre os outros subgrupos. A observação microscópica não demonstrou diferenças estatísticas entre os grupos e respectivos subgrupos quanto a intensidade de ulceração da túnica mucosa, processo inflamatório (agudo e crônico) e tecido de granulação na sutura colocólica. Concluiu-se que a cicatrização das suturas colocólicas realizadas nos cães dos grupos A, B e C tem resultados semelhantes. |