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O presente artigo tem por objetivo discutir a identidade masculina heterossexual como construção histórica e social, fortemente aliada à noção de virilidade. Os apontamentos teóricos encontram ressonância em duas obras literárias: Tropic of Capricorn, publicada pelo norte-americano Henry Miller em 1939, e em Memória de minhas putas tristes, romance de 2004 do colombiano Gabriel García Márquez. Em ambos, é possível reconhecer uma ávida e constante necessidade de constatação da virilidade, motivada ora pelos próprios personagens, ora por aqueles que os cercam. Essa virilidade frágil está atrelada à questões como a angústia frente à falibilidade do falo e à uma sexualidade que se direciona às mulheres com o intuito de posse, em detrimento do intuito de troca afetiva. Conclui-se que apesar das transformações da cultura, que geram mudanças nas demandas em voga na identidade masculina, subsiste uma persuasiva exigência para que os sujeitos se adequem aos ideais viris. |