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O objetivo deste artigo é analisar, por meio do aparato teórico-metodológico da Sintaxe Espacial, a configuração interna da casa modernista da Rua Santa Cruz, projetada em 1927 por Gregori Warchavchik (1896-1972), em contraponto com a posterior reforma empreendida em 1935. Construída para sua família, a casa é por muitos considerada o marco inicial da aplicação das novas gramáticas compositivas vanguardistas. Diversos estudos já foram feitos acerca desse projeto, mas acrescenta-se aqui uma nova abordagem buscando ir além das questões da caixa mural, aprofundando-se na espacialidade. A Sintaxe Espacial é uma teoria que visa articular padrões espaciais às apropriações sociais sobrepostas, de modo a correlacionar como diferentes qualidades dos espaços – entendidos como um sistema de permeabilidades e barreiras – dependem de diferentes lógicas sociais. Os resultados encontrados demonstram uma rígida separação funcional, onde os espaços de transição oferecem distribuição de fluxos e de controle de acesso entre os ambientes. Em termos da integração visual, a concepção espacial anseia por espaços mais fluidos, especialmente no setor social. Entretanto, pouco se rompe com espaço tradicional da casa brasileira até então: patriarcal, segregado, controlado e profundo. Há, portanto, uma contradição entre o avanço e retrocesso – corroborando os estudos precedentes sobre a plástica do edifício: mesmo que se almeje romper com certas tradições, as amarras culturais, sobrepostas aos espaços domésticos, prevalecem. |