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O presente artigo pretende discutir a defesa que Husserl faz da fenomenologia transcendental diante da atitude de materialização e da naturalização da consciência, que domina na atitude que está na base da formação das ciências naturais. Herdando certos elementos da Filosofia Clássica Alemã, Husserl compreende que é somente por meio do a priori que a filosofia pode ser efetivada como ciência rigorosa. A análise se desenvolverá, inicialmente, por meio da discussão crítica do problema que Husserl indica haver nas ciências baseadas na atitude natural, ou seja, a materialização da consciência. Em seguida, mostraremos como diante do projeto de construção de uma filosofia como ciência rigorosa, o naturalismo, ingênuo em sua fundamentação, é o principal obstáculo a ser superado por conta das consequências que dele podem surgir, implicando em correntes como o psicologismo, materialismo e positivismo. Por fim, apontaremos a maneira como Husserl faz uma defesa da fenomenologia transcendental contra a ingenuidade da ciência natural que permanece presa nos fatos empíricos e faz destes o critério último de atestação da verdade. |