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RESUMO O memorial acadêmico parece ser um objeto privilegiado para o exame de simulacros e valores relacionados aos modos de atuação no meio acadêmico brasileiro. Ao escrevê-lo, o professor-pesquisador reelabora seu percurso profissional e intelectual como resposta a uma exigência institucional, uma vez que, no Brasil, muitos concursos que fazem parte da carreira universitária solicitam a elaboração de um memorial acadêmico. Tendo isso em vista, estabelecemos como objetivo deste trabalho analisar a produção da imagem do enunciador-candidato dos memoriais, a partir das propostas de Discini (2003, 2015) e de Fiorin (2004, 2015), desenvolvidas para o tratamento do ator da enunciação no âmbito da semiótica de base greimasiana. Exemplares de diferentes áreas e faculdades da Universidade de São Paulo são comparados, o que permite a verificação de suas diferenças e de suas semelhanças quanto ao emprego de procedimentos textuais e discursivos na construção do ator da enunciação. Como resultado, depreendemos a imagem de um professor-pesquisador arrojado, inovador, competitivo e cooperativo nos memoriais das Biológicas e de um professor-pesquisador crítico, criativo e levemente desviante nos memoriais das Humanidades. |