PERFIL DE ATENDIMENTO DE PACIENTES TRANSFUNDIDOS EM SERVIÇOS DE OBSTETRÍCIA EM SÃO PAULO

Autor: KJD Olio, LPS Fontenele, EB Souza, RCB Soares, JAD Santos, JED Giacomo, RA Bento
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 45, Iss , Pp S792- (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2023.09.1431
Popis: Objetivos: Caracterizar o perfil de atendimento transfusional em serviços de obstetrícia de três Hospitais da cidade de São Paulo. Material e métodos: Estudo descritivo e retrospectivo realizado através da revisão de prontuários de puérperas transfundidas em três Hospitais maternidades de São Paulo no período de janeiro de 2022 a dezembro de 2022. Foram analisados idade, via de parto, número e tipo de hemocomponentes transfundidos e diagnóstico das pacientes. Resultados: Foram 126 puérperas transfundidas no período, com média de idade de 34,9 anos, sendo 48 partos normais e 78 cesáreas. Das 126 pacientes que receberam transfusão, 119 receberam Concentrados de Hemácias (CH), 12 receberam Concentrados de Plaquetas (CP), 6 receberam PFC e 3 receberam Crioprecipitado (CRIO). Neste período, foram transfundidos 6.179 hemocomponentes nos três hospitais, sendo 488 em puérperas. Destes 488 hemocomponentes transfundidos, 338 eram CH, com média de 2,84 por paciente, 100 eram CP, com média de 8,33 por paciente, 22 eram PFC, com média de 3,66 por paciente, e 19 eram CRIO, com média de 6,33 por paciente. O diagnóstico mais frequente foi atonia/hipotonia uterina, presente em 69 pacientes (55%). Dentre os outros diagnósticos destacam-se alterações placentárias em 15 pacientes (12%) e lacerações no trajeto/útero em 29 pacientes (23%). Discussão: A Hemorragia Puerperal (HPP) é considerada a maior causa de morbimortalidade materna no mundo, sendo responsável por 27% dos óbitos. O manejo adequado desta complicação inclui desde reposição volêmica com cristalóides, uso de medicações como misoprostol e ácido tranexâmico, reabordagem cirúrgica e transfusão, idealmente descritos em protocolos institucionais. Dentre os principais diagnósticos presentes na literatura vigente então: atonia uterina, laceração de trajeto, tecido placentário remanescente e distúrbios de coagulação. A atonia uterina representa em média 70% das causas, enquanto laceração de trajeto, 19%, tecido placentário, 10% e distúrbios de coagulação 1%. No nosso trabalho, os principais diagnósticos encontrados condizem com a literatura. A reanimação hemostática é eficaz nos cenários de hemorragia maciça, como costuma ocorrer na hemorragia pós-parto, sendo necessária transfusão não apenas de concentrados de hemácias, mas também PFC e plaquetas conforme protocolos de transfusão maciça adotados nas instituições, evitando assim coagulopatia e perpetuação do sangramento. Neste trabalho o principal hemocomponente transfundido foi o CH com média de 2,84 bolsas, com variação de 1 unidade até 11 unidades por paciente. A média de CP foi de 8,33 bolsas, com apenas 12 pacientes transfundidos. Já o PFC foi transfundido em 6 pacientes e o CRIO em 3 pacientes. 37 pacientes foram transfundidas com mais de 4 CH, o que pode indicar que estes pacientes talvez merecessem também transfusão de PFC e plaquetas, a depender da velocidade de sangramento e transfusão. Conclusão: Os achados nesse estudo corroboram dados da literatura em que atonia uterina é a principal responsável por transfusão em pacientes obstétricas e o principal hemocomponente utilizado foi o CH. Além disso, destaca-se a importância da existência de protocolos de hemorragia puerperal e transfusão maciça, para garantir melhor assistências as parturientes.
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