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O currículo se constitui como uma ferramenta de luta e resistência política e social em defesa de uma educação gratuita, crítica, laica e de qualidade que promova, para além da aparência, o desenvolvimento psíquico e social dos(as) estudantes. Sob esta perspectiva, este artigo traz uma breve retrospectiva da construção coletiva do Currículo Comum de Ensino Fundamental de Bauru (SP), caracterizado como um processo democrático de reflexão e elaboração de um currículo dotado de um posicionamento político de defesa da educação como propulsora do desenvolvimento humano e da escola como o local legítimo para o ensino das formas mais elaboradas de ciência, arte e filosofia a fim de possibilitar a emancipação humana. Com base nestes pressupostos teóricos da Psicologia Histórico-Cultural, da Pedagogia Histórico-Crítica e do esclarecimento sobre o que ensinar, problematiza a finalidade do ato educativo - para quê ensinar – com vistas à unidade conteúdo-forma, destacando a transformação das consciências pela via do desenvolvimento do pensamento teórico e da organização dos coletivos infantis. Por fim, elenca alguns desafios para a materialização, na prática pedagógica, de um currículo dessa natureza, enfatizando a necessidade de instrumentalização da atividade docente nesta perspectiva, ou seja, a necessidade de viabilizar a apropriação dos conteúdos do currículo que possibilite a articulação entre teoria e prática com vistas à humanização dos atores escolares, finalidade última de um currículo fundamentado nesta perspectiva teórica. |