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Este artigo visa a apresentar uma leitura comparatista dos contos “Amor” (1961), de Clarice Lispector, e “O Chamado do Cego” (2012), de Silviano Santiago. Para tanto, examinaremos a maneira por meio da qual o escritor contemporâneo reescreve e atualiza a prosa de Lispector. Valeremo-nos dos pressupostos da Literatura Comparada, tais como desenvolvidos por Perrone-Moisés (1990), Carvalhal (2006) e Nitrini (2010), para ilustrar a existência de diálogos entre textos, fazendo com que seja possível uma continuação, consentimento ou contestação de obras e autores já existentes e significativos no cenário da tradição literária. A partir do pensamento da “desconstrução”, de Derrida (1998), o presente artigo propõe uma leitura comparatista dos contos supracitados, a fim de salientar uma espécie de resignificação do conto de 1961 por meio do texto contemporâneo. Evidenciaremos, assim, que o conto de Silviano Santiago reatualiza e desconstrói o drama da linguagem encenado por Clarice Lispector no contexto da literatura brasileira. |