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Neste trabalho procuramos compreender de que modo a queixa é articulada como sintoma na clínica, salientando a preponderância de tal “fase” para a validação epistémica e normativa dos procedimentos terapêuticos. Partindo da perspetiva da filosofia da psiquiatria, consideramos os pressupostos pré-clínicos da queixa e o contexto da sua inscrição na gramática médica, assim como os diferentes modelos compreensivos que lhe estão subjacentes. Nestes modelos, em conformidade com o auto-encerramento comunicativo dos discursos e práticas médicas, encontramos diferentes níveis de abertura às dimensões subjetiva da queixa, isto é, à biografia e vivência do paciente, mas também à experiência clínica do terapeuta. Longe de apresentar um exame exaustivo dos tipos de queixa e sua relação com a particularidade do caso (individual) e da doença mental (enquanto tipo), ensaiamos um mapeamento ou cartografia conceptual que permitirá avançar para a exploração de problemas específicos. |