HIV AGUDO: RELATO DE CASO

Autor: Laura Santana de Alencar, Vanessa Ventura dos Santos, Clecia Nunes Bezerra, Ellen Tommy da Costa Martins Silva
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Infectious Diseases, Vol 27, Iss , Pp 103013- (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1413-8670
DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103013
Popis: Introdução/Objetivo: A história natural da infecção pelo HIV é marcada pelas seguintes fases: infecção aguda, latência clínica e fase sintomática, esta última caracterizando a evolução para Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida) (Saúde, 2018). A infecção aguda se dá entre duas e seis semanas após o contágio e os sintomas podem ser brandos ou exacerbados, porém inespecíficos, o que dificulta a suspeita do HIV. Dentre as manifestações mais comuns, destacam-se astenia, febre, adenomegalia, faringite, erupções cutâneas, mialgia e artralgia (Vilar et al. 2008). Apresentações atípicas podem ocorrer, tais como meningite asséptica, síndrome de Guillain-Barré além do comprometimento do fígado e do pâncreas (Saúde,2018). A partir desse contexto, esse trabalho tem o objetivo de relatar um caso atípico de retrovirose aguda vista em um hospital escola na cidade de Maceió, Alagoas. Relato de caso: Paciente sexo feminino,35 anos, natural de São Paulo, procedente de Maceió, técnica de enfermagem, solteira, sem comorbidades. Foi encaminhada ao hospital de referência em doenças infectocontagiosas do estado de Alagoas devido ao quadro de febre, artralgia, mialgia e dor retroorbitária há 7 dias. Inicialmente, com hipótese diagnóstica de arbovirose, que se estendeu para possível retrovirose aguda em virtude de testes rápidos discordantes no momento da admissão. A paciente evoluiu com dores abdominais difusas e epistaxe. Laboratorialmente, apresentava plaquetopenia e alterações nas transaminases. Para melhor elucidação do quadro foram solicitadas as sorologias de dengue e Imunoblot. Evoluiu estável hemodinamicamente, com Imunoblot reagente para duas bandas pesquisadas: gp160 e gp41. Carga viral com incontáveis cópias e células CD4 de 671.Sorologia para dengue negativa. Comentários: A sintomatologia inespecífica e o quadro epidemiológico mais favorável a outras hipóteses diagnósticas tornam o diagnóstico da infecção aguda pelo HIV desafiador. Outro aspecto é a atipicidade do quadro clínico relatado, pela ausência dos principais sinais e sintomas e presença de manifestações frequentemente relacionadas a um quadro de arbovirose. Fica claro que em pacientes com quadros inespecíficos ou inconclusivos, a infecção aguda pelo HIV deve ser um diagnóstico diferencial a ser considerado. Outra observação é a limitação dos testes rápidos para diagnóstico da infecção na fase aguda, pois podem demorar até 60 dias para darem positivo, enquanto os ensaios de quarta geração, em cerca de 22 dias após a exposição, já são confirmatórios.
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