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Objetivo: : Determinar a incidência da fenotipagem do sistema Rh e do antígeno Kell em pacientes RhD variantes atendidas no Hospital Municipal Vila Santa Catarina (HMVSC). Materiais e métodos: : De junho de 2015 à junho de 2024, a fenotipagem do sistema Rh e do antígeno Kell foi realizada manualmente usando o cartão de gel aglutinação (Grifols, Barcelona, BCN, Espanha) em 35 pacientes que apresentaram tipagem RhD discrepante entre os soros monoclonais utilizados e/ou reatividade igual ou menor que 2+ pelas metodologias tubo (clones: MS-26, MS-201; Fresenis Kabe, Itapecerica da Serra, SP, Brasil) e gel (clones: P3x290, P3x35, Px61 e P3x21223B10; Grifols, Barcelona, BCN, Espanha). Todos os testes sorológicos foram realizados de acordo com as instruções dos fabricantes. Resultados: : Durante este período evidenciamos 35 pacientes RhD variantes que possuem as seguintes frequências e fenótipos Rh pela nomenclatura de Wierner: 74,3% (26/35) R0r, 20% (7/35) R1r, 2,8% (1/35) R2r e 2,8% (1/35) R1Rz. Todos os pacientes apresentaram a ausência do antígeno Kell. Discussão: A expressão variante do antígeno RhD tem sido objeto de numerosos estudos devido à sua significativa importância na medicina transfusional. Essas pesquisas têm contribuído para um melhor gerenciamento dos hemocomponentes RhD negativos, o uso mais eficiente da profilaxia com imunoglobulina anti-D, a redução da aloimunização e o aumento da segurança transfusional. No nosso estudo, identificamos o haplótipo Ror como o mais prevalente associado à expressão variante do antígeno RhD. Um estudo recente realizado no Brasil revelou que os doadores RhD variantes com fenótipo Ror apresentaram, por testes moleculares, o alelo RHD*DAR . Este alelo é classificado como RhD parcial, exigindo que pacientes portadores desse alelo recebam concentrados de hemácias RhD negativas. O fenótipo R1r foi observado em 20% dos nossos pacientes, e de acordo com a literatura, este fenótipo está associado ao alelo RHD fraco tipo 1 em 95% dos casos dos indivíduos portadores de RhD variante. O alelo RHD fraco tipo 1 é classificado como RhD fraco, e portadores deste alelo não necessitam receber concentrados de hemácias RhD negativas. O fenótipo R2r está associado ao alelo RHD fraco tipo 2, que em geral, não causa aloimunização nos portadores e elimina a necessidade de profilaxia anti-D nas gestantes. Por outro lado, o fenótipo R1Rz não é comumente encontrado na literatura em associação com algum alelo RHD variante. Conclusão: Nosso estudo permite concluir que a análise dos haplótipos do sistema Rh, em conjunto com a variação na expressão do antígeno RhD, pode inferir se o alelo do gene RHD codifica uma expressão parcial ou fraca do antígeno. Como os testes sorológicos não conseguem categorizar adequadamente as variantes de expressão do antígeno RhD, é recomendável, na ausência de ensaios moleculares, optar por hemocomponentes RhD negativos. Essa abordagem assegura a segurança transfusional e previne a aloimunização. |