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RESUMO Relata-se um caso de melanoma oral disseminado em uma cadela de dois anos, com protrusão de bulbo ocular unilateral e quadro convulsivo progressivo. Os exames de imagem revelaram aumento de volume nas regiões submandibular, maxilar e cerebral, padrão nodular pulmonar e aumento das dimensões ovarianas. A citologia da massa submandibular indicou proliferação epitelial maligna, enquanto a biópsia excisional foi sugestiva de melanoma amelanótico. Na necropsia, havia uma massa gengival localmente infiltrativa e nodulações brancas nos linfonodos, nos rins, no pulmão, no cérebro e nos ovários, indicativas de metástase. O diagnóstico histopatológico consistiu de neoplasia maligna metastática indiferenciada, indicativo de melanoma amelanótico. Células caracterizadas por núcleo com cromatina espessa, múltiplos nucléolos bem evidentes, mitoses atípicas e multinucleações consistiram nos principais critérios de malignidade. No espaço peritrabecular ósseo facial, havia rara diferenciação pigmentar melanocítica, confirmada histoquimicamente pela técnica de Fontana-Massom e Giemsa. Algumas células foram positivas pela imuno-histoquímica para PNL-2 e Melan-A, e o diagnóstico de melanoma amelanótico disseminado foi firmado. A indiferenciação neoplásica marcante, com disseminação metastática multissistêmica e acometimento mútuo de sítios anatômicos pouco comuns, conjuntamente com a ampla variação dos padrões celulares, foi responsável pelo desafio diagnóstico do presente caso, ressaltando o papel decisivo da imuno-histoquímica para confirmação diagnóstica. A importância clínica deste trabalho consiste ainda em alertar a comunidade clínica e científica acerca da dificuldade diagnóstica, devendo-se considerar o melanoma amelanótico como diferencial mesmo em casos de lesões orais menos perceptíveis e/ou desprovidas de pigmentação. |