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Este artigo tem como propósito discutir as redes de subcontratação e os novos "usos" do trabalho a domicílio como elementos centrais do processo de reestruturação do setor de confecção nos anos 90, bem como seus impactos sobre as condições de trabalho e saúde das mulheres trabalhadoras. Para isso, partimos de uma pesquisa realizada na região de Campinas/SP, que contemplou o estudo de empresas de confecção de pequeno e médio porte, como também uma extensa rede de subcontratação, que tem na sua ponta inferior o trabalho a domicílio. A pesquisa mostra que as mulheres constituem a força de trabalho tradicionalmente subcontratada pelas empresas confeccionistas e ocupam as posições inferiores e mais vulneráveis na cadeia produtiva. Mostra também que o trabalho a domicílio aparece revitalizado, como instrumento central de aumento da produtividade a baixos custos e como forma alternativa de enfrentar a concorrência com grandes empresas do ramo.This article discusses the undercontracting networks and the new "usages" of household labor as central elements of the restructuring processes of the clothing sector in the nineties, as well as their impact on the labor and health conditions of the working women. This is done through research in the Campinas region, State of São Paulo on small and medium sized clothing industries, including the wide undercontracting network, whose lowest point is household labor. Data show that women are the hands traditionally undercontracted by the clothing industries and that they work on the lowest and most vulnerable positions in the productive chain. They also show that household labor looks renewed, as a central instrument of productivity increase at low cost and as an alternative way of entering the competition with the larger industries. |