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Neste artigo, apresentamos uma breve análise das dinâmicas de coprodução entre Portugal e Moçambique, explorando, em particular, os filmes financiados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) no período compreendido entre 2014 e 2020, no âmbito do Programa de Apoio ao Cinema – Modalidade de Apoio à Coprodução com Países de Língua Portuguesa. Ao todo, 16 filmes receberam financiamento do ICA, estando alguns ainda em processo de produção. Cinco são coproduções com participação moçambicana – Vovó dezanove e o segredo do soviético, de João Ribeiro; Desterrados, de Yara Costa; As noites ainda cheiram a pólvora, de Inadelso Cossa; O ancoradouro do tempo, de Sol de Carvalho, e À mesa da unidade popular, de Camilo de Sousa e Isabel de Noronha. A análise documental exploratória (Wolff, 2004) indica que os filmes financiados atualmente abordam temas associados ao colonialismo, mas também a acontecimentos sociopolíticos e culturais atuais. Os documentários moçambicanos, em particular, narram as lutas pela independência em Moçambique, a guerra civil, tendo sido também financiados filmes de ficção que constituem adaptações de obras literárias de autores africanos reconhecidos internacionalmente, como o escritor angolano Ondjaki e o moçambicano Mia Couto. |