Implante de marcapasso ventricular esquerdo no tratamento da miocardiopatia dilatada e bloqueio de ramo esquerdo associado a discinesia de contração septal

Autor: MOREIRA NETO Francisco Fernandes, ENGEL Augusto, SGARBIERI Ricardo Nilsson, BOMBONATO Rubio, BRASIL José Carlos Franco
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 1998
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery, Vol 13, Iss 3 (1998)
Druh dokumentu: article
ISSN: 0102-7638
1678-9741
Popis: O Bloqueio de Ramo (BRE) pode apresentar-se como entidade isolada, inclusive em corações normais, nos quais aparentemente não causa importante prejuízo à função ventricular esquerda. Estudos realizados com a indução de BRE pelo implante de marcapasso ventricular direito (1) mostraram, no entanto, efeitos deletérios tanto na função sistólica como diastólica do ventrículo esquerdo, inclusive com aparecimento e/ou acentuação de insuficiência mitral. O BRE pode também vir acompanhado de contração discinética do septo interventricular, que causa um prejuízo adicional à função ventricular esquerda e está, em geral, associada a um quadro de miocardiopatia e insuficiência cardíaca de mau prognóstico (2). Estimulados pelo trabalho de CAZEAU et al. (3), em 1994, estudaram pacientes miocardiopatas e demonstraram que a utilização de marcapasso nas quatro câmaras cardíacas causava agudamente redução da pressão capilar pulmonar e aumento do débito cardíaco, provavelmente pela sincronização de contração ventricular estimulando os dois átrios e ventrículos sincronicamente. Nós investigamos a possibilidade da utilização apenas de estimulação ventricular esquerda através de um marcapasso bicameral, para a tentativa de sicronização de contração do ventrículo esquerdo e septo interventricular em pacientes portadores de miocardiopatia, bloqueio de ramo esquerdo e discinesia septal. O procedimento foi realizado em 3 pacientes que foram submetidos no pós-operatório, com o MP ligado e desligado, a estudo ecocardiográfico e cintilográfico para a análise da função ventricular esquerda através do cálculo da fração de ejeção. Os resultados mostraram importante melhora deste parâmetro: no primeiro caso indo de 17% para 25%; no segundo de 13% para 30% e no terceiro de 13% para 27%. A discinesia praticamente desapareceu em 2 dos casos e foi quantificada como +/4 no primeiro caso. A classe funcional e a insuficiência mitral não foram parâmetros avaliados em nossos pacientes, pois os 3 tiveram indicações de procedimentos associados ao implante de MP, o que poderia falsear os resultados de melhora pós-operatória. Apesar do pequeno número de pacientes, este novo procedimento nos parece promissor, no tratamento de doentes com miocardiopatia e BRE com discinesia septal, onde obtivemos melhoria na fração de ejeção em média de 92%. Futuramente, talvez possamos indicá-lo na prevenção ou mesmo antes da deterioração da função ventricular esquerda e melhorando o prognóstico e a sobrevida dos pacientes.
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