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Introdução: Dentre as respostas fisiopatológicas da dengue, principalmente entre o segundo e o quarto dia de doença, o extravasamento de líquidos para o interstício pela fragilidade capilar ocasiona grande parte da sintomatologia. A plaquetopenia e as coagulopatias por consumo também fazem parte deste escopo e precisam sempre ser investigadas; são frequentemente associadas a casos de sangramentos em casos de dengue, não sendo comuns manifestações trombóticas. Até o momento, há poucos relatos de tromboembolismo pulmonar associado à dengue. Objetivo: Relatar quadro de tromboembolismo pulmonar associado a dengue. Método: Relato de caso. Resultados: J. D. F., 79 anos, masculino, portador de diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, além de episódio de acidente vascular prévio há 5 anos, com sequela de amaurose, apresentava cefaleia, mialgia, artralgia e dor abdominal, além de hematúria macroscópica, episódios de tontura associado à queda da própria altura, sendo necessário internação hospitalar. Recebeu hidratação endovenosa durante a internação. Apresentava plaquetopenia e sorologia IgM reagente para dengue. Evoluiu com episódios de apneia e dessaturação com necessidade de uso de oxigênio suplementar, e ao exame com murmúrios vesiculares abolidos à direita. Foi realizada angiotomografia de tórax confirmando tromboembolismo pulmonar agudo em tronco de artéria pulmonar, além de doppler venoso de membros inferiores com trombose venosa profunda em segmento de veia poplítea direita. Iniciado anticoagulação plena, permitida pelo nível de plaquetopenia, paciente evoluiu com estabilidade do quadro, possibilitando desmame de oxigênio. Recebeu alta hospitalar com resolução dos quadros e seguimento ambulatorial no ambulatório de Pneumologia e Cirurgia Vascular. Conclusão: Casos de tromboembolismo pulmonar em vigência de viremia por dengue são incomuns visto que a doença cursa com anormalidades hematológicas como trombocitopenia, aumento de hematócrito e leucopenia, além de hemorragia, coagulopatia e coagulação intravascular disseminada, promovendo episódios de sangramanto frequentes nos casos graves da doença, sendo incomuns fenômenos trombóticos. |