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Objetivos: Avaliar as diferenças de suscetibilidade à malária pelo Plasmodium vivax entre indivíduos fenótipos Duffy -positivo e Duffy -negativo por meio de uma revisão sistemática da literatura. Material e métodos: Para realização da revisão sistemática foram utilizados os bancos de dados BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), Pubmed e Scielo (Scientific Electronic Library Online), com os marcadores boleanos “Duffy” and “Plasmodium vivax”. O período de busca compreendeu os anos de 2017 a 2022 e o idioma de seleção foi o inglês. A plataforma PRISMA foi utilizada para construção da revisão. Inicialmente 916 artigos foram retornados e, após os filtros de deleção e inclusão, restaram 17 publicações para avaliação. Resultados: Após leitura completa e análise dos artigos, foi observado que 7 autores encontraram indivíduos fenótipo Duffy -negativo resistentes à malária, 7 apresentaram dados de pacientes fenótipo Duffy -negativos infectados, 1 autor encontrou Duffy -negativos sem presença de infecção, outros 2 autores relacionaram os fenótipos Duffy com a modulação da resposta imune pelo ambientee com a contribuição das frequências do sistema ABO. As publicações abrangeram uma diversidade de nações, com maior ênfase no continente Africano. Discussão: Geralmente indivíduos com fenótipo Duffy -negativo apresentam resistência à malária, porém, alguns estudos selecionados nesta revisão mostraram que as hipóteses vão além da negatividade de Duffy . Indivíduos Duffy-negativos não possuem imunidade total à infecção pelo P. vivax , mas esta característica se mostrou um elemento chave na defesa contra a doença. Se a proteína Duffy não é expressa, ocorre dificuldade na invasão dos eritrócitos, reduzindo a possibilidade de infecção. Em outro estudo, concluiu-se que existem relações entre as variantes Duffy e proteínas plasmáticas, que podem interferir nos sintomas clínicos da malária causada pelo P. vivax . A presente revisão demonstrou que alguns autores apresentaram opiniões divergentes, tendo em vista que estudos recentes apontaram um crescente número de indivíduos Duffy -negativos infectados pelo P. vivax. Existem hipóteses de adaptação do parasito em relação à suscetibilidade, uma vez que um dos estudos avaliados mostrou alta prevalência de P. vivax em indivíduos Duffy -negativos. É importante salientar que, além das questões fenotípicas, existem características genéticas e ambientais capazes de influenciar a relação Duffy -malária. Conclusão: Conclui-se por meio das publicações que não é clara qual mutação/alteração passou a permitir a infecção de indivíduos fenótipo Duffy -negativo pelo P. vivax , sendo necessários mais estudos sobre o tema. Um ponto a ser considerado em futuras pesquisas são os sintomas associados às pessoas Duffy -negativas, visto que as mesmas podem ser assintomáticas ou possuírem sinais clínicos mais brandos. |