Renovação urbana da região da Luz em São Paulo: da experiência da espoliação sob neoliberalismo e financeirização à luta de classes

Autor: Petrella, Guilherme Moreira
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: PosFAUUSP; v. 28 n. 53 (2021)
Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP; Vol. 28 No. 53 (2021)
Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP; Vol. 28 Núm. 53 (2021)
Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP
Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
ISSN: 2317-2762
1518-9554
Popis: The Luz region, in the center of São Paulo, has been the object of urban renewal plans since the 1970s, with a view to reversing socio-spatial degradation. Among these plans, those proposed in the 21st century converge in their ways of acting: spatial restructuring in the real estate and infrastructureoverlapping carried out through public-private partnerships, which centralize productive capital (real), unproductive capital (fictitious) and the State (laws, financing, public policies and monopoly on the use of violence). They guide the immediate constitution of the global financial real estatecomplex. Despite the architectural and urbanistic strategies, with their differentiated formal conceptions, their “truth” is economic viability. In this sense, the “right to housing” appears and is realized as a “right to property”. Thus, propertyconstitutes the structure of this form of urbanizationand allows the privatization of social wealth through the arbitrary construction of the price of the real estate product, associated with indebtedness (public and private): a class domination and its proprietary fractions over production and the consumption of space, which, at the limit, indicates the survival of capital accumulation at the expense of the reproduction of life. A região da Luz, centro de São Paulo, é objeto de planos de renovação urbana desde os anos 1970, visando reverter a degradação socioespacial. Dentre esses planos, os propostos no século XXI convergem por suas formas de atuação: reestruturação espacial no imbricamento imobiliário e infraestrutura realizada por meio de parcerias público-privadas, que centralizam capitais produtivos (real), capitais improdutivos (fictício) e Estado (leis, financiamentos, políticas públicas e monopólio do uso da violência). Eles orientam para a constituição imediata do complexo imobiliário financeiro global. Apesar das estratégias arquitetônicas e urbanísticas, com suas concepções formais diferenciadas, sua “verdade” é a viabilidade econômica. Nesse sentido, o “direito à moradia” aparece e se realiza como “direito à propriedade”. Assim, a propriedade se constitui como estrutura dessa forma de urbanização e permite a privatização da riqueza social por meio da construção arbitrária do preço do produto imobiliário, associada ao endividamento (público e privado): uma dominação de classe e suas frações proprietárias sobre a produção e o consumo do espaço que, no limite, indica a sobrevida da acumulação do capital em detrimento da reprodução da vida.
Databáze: OpenAIRE