Security practices in rural areas : an exploratory study in north Paraná (PR)

Autor: Luan Carlos Nalin
Přispěvatelé: Cleber da Silva Lopes ., Eduardo Paes Machado, Maria José de Rezende
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2022
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
Universidade Estadual de Londrina (UEL)
instacron:UEL
Popis: Embora haja uma literatura acadêmica crescente sobre governança da segurança e policiamento moderno, até o momento, são raros os trabalhos dedicados à investigação desses fenômenos em áreas rurais e/ou propriedades privadas no campo (sítios e fazendas). O objetivo desta pesquisa foi investigar como diferentes produtores rurais (agricultores, pecuaristas etc.) do Norte do PR entendem e relatam ameaças à segurança no campo e como as suas mentalidades/percepções sobre a segurança resultam em práticas e, eventualmente, em projetos de segurança. Esta pesquisa partiu da abordagem teórica e analítica de Projetos de Segurança, da socióloga e criminóloga Mariana Valverde, procurando responder às seguintes questões: Quais ameaças e preocupações os diferentes proprietários rurais relatam como aflitivas, afetando seu sentimento de segurança? Como eles reagem a tais ameaças e preocupações, adotando práticas ou construindo projetos para governar a segurança dentro de suas propriedades? Foram estudados documentos sobre crime e segurança no campo produzidos por entidades de classe de agricultores e órgãos públicos brasileiros. Documentos como cartilhas sobre segurança no campo, além de mídias digitais nacionais e locais, também serviram de base para este trabalho. O corpus empírico da pesquisa também contou com entrevistas realizadas com diferentes produtores rurais do Norte do Paraná (PR), incluindo um Policial Militar (PM) que atua em áreas rurais e um consultor de segurança empresarial do agronegócio. Os resultados evidenciam que as técnicas, as jurisdições e as práticas de segurança no campo estão relacionadas, na maioria das vezes, com a informalidade. Mostramos também como as práticas de segurança de diferentes produtores rurais, e provedores de segurança, transitam entre o legal e ilegal. A contratação de vigias para as propriedades rurais (de empresas de segurança, mas também “peões”), o uso de armas de fogo (para defesa pessoal e de propriedade) e as convicções morais dos produtores rurais sobre o crime (qual o inimigo e como descrevê-lo) ganham destaque no material empírico coletado. Essas técnicas e jurisdições de segurança que foram elencadas, são colocadas em execução na maioria das vezes, além, de alimentarem uma certa concepção do que “deve ser combatido” e como deve se dar a atuação sobre a segurança em diferentes escalas espaciais e temporais. Para além dessas práticas, as “fofocas”, a iluminação, os animais domésticos (ou não) e as técnicas de como “fazer barulho” também estão presentes no cenário da segurança nesses territórios. Considera-se que compreender mercados ilícitos de receptação de mercadorias é fundamental para a compreensão das dinâmicas criminais em áreas rurais, além do modo como a segurança é percebida nesse complexo. Conclui-se, então, que a noção de segurança no campo entre pequenos produtores rurais está alinhada a uma vigilância comunitária. Já em grandes propriedades, a segurança está alicerçada a um projeto político e econômico existente no Brasil: a governança do agronegócio. Essa mesma governança carrega consigo o discurso de “combate ao crime”, entendendo que “o agro não para, com segurança ele dispara”. Although there is a growing academic literature on security governance and modern policing, to date, there are few works dedicated to the investigation of these phenomena in rural areas and/or private properties in the countryside (sites and farms). The objective of this research was to investigate how different rural producers (farmers, ranchers, etc.) who are landowners report as distressing, affecting their sense of security? How do they react to such threats and concerns, adopting practices or building projects to govern security within their properties? Documents on crime and security in the countryside produced by class entities of farmers and Brazilian public agencies were studied. Documents such as primers on field safety, as well as national and local digital media, also served as the basis for this work. The empirical corpus of the research also included interviews with different rural producers in the North of Paraná (PR), including a Military Police (PM) who works in rural areas and an agribusiness business security consultant. The results show that security techniques, jurisdictions and practices in the field are mainly related to informality. We also show how the security practices of different rural producers and security providers move between legal and illegal. The hiring of guards for rural properties (from security companies, but also “peons”), the use of firearms (for personal and property defense) and the moral convictions of rural producers about crime (which enemy and how to describe it) lo) are highlighted in These security techniques and jurisdictions listed are implemented most of the time, in addition to feeding a certain conception of what “must be fought” and how security must be acted upon at different spatial and temporal scales. practices, “gossip”, lighting, domestic animals (or not) and techniques on how to “make noise” are also present in the security scenario in these territories. It is then concluded that the notion of security in the countryside among small rural producers is aligned with community surveillance. In large properties, security is based on an existing political and economic project in Brazil: the inspection of agribusiness. This same governance carries with it the discourse of “fighting crime”, understanding that “agribusiness does not stop, with “security” it grows a lot”.
Databáze: OpenAIRE