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Nos países africanos, em particular, em Moçambique, a educação não-formal a nível comunitário poderá ser uma forma de se combater a pobreza, as desigualdades de género, a falta de escolarização e o próprio analfabetismo. É também uma forma de se fortalecer a identidade da comunidade e das suas estruturas organizacionais, sociais e culturais, ou seja, de atuar ao nível do desenvolvimento sustentável da comunidade. O presente estudo envolveu uma intervenção para o desenvolvimento sustentável, numa perspetiva de intervenção comunitária, por forma a identificar e testar um modelo de educação não-formal, em três regiões de Moçambique, através do envolvimento dos atores locais, com base nos seus próprios recursos e nos aspetos sociais, históricos e culturais. O projeto investigação assumiu a forma de um estudo de caso múltiplo, ou mais concretamente, sendo que foi desenvolvido em três comunidades diferentes, localizadas nas províncias de Maputo, Inhambane e Zambézia, e incluiu 20 mulheres participantes de cada comunidade. O plano de investigação contemplou quatro fases: diagnóstico, intervenção, avaliação e acompanhamento, e avaliação final, sendo que os resultados foram obtidos através da realização de entrevistas, antes e depois da formação, e pela observação participante da investigadora. Na generalidade verificou-se que os comportamentos das mulheres que participaram na formação foram muito positivos, destacando-se a motivação, a integração das mulheres no grupo e o espírito de entreajuda. Quanto ao impacto da formação, os indicadores mais significativos foram: a vontade das mulheres serem alfabetizadas; a felicidade pela participação no programa; a criação de rendimento pessoal; a concretização da venda dos seus produtos; e a participação no pagamento das despesas escolares dos filhos. A qualificação das mulheres participantes através do programa de formação deu origem a novas realidades, procedimentos e práticas de gestão local, num formato de desenvolvimento sustentável, ou seja, respeitando a comunidade, a sua história, cultura, vivência e estrutura social. In African countries, in particular, in Mozambique, non-formal education at the community level may be a way of combating poverty, gender inequalities, lack of schooling and illiteracy itself. It is also a way to strengthen the identity of the community and its organizational, social and cultural structures, that is, to act at the level of sustainable development of the community. The present study involved an intervention for sustainable development, from a community intervention perspective, in order to identify and test a non-formal education model, in three regions of Mozambique, through the involvement of local actors, based on their own resources. and in social, historical and cultural aspects. The research project presents the form of a multiple case study, or more specifically, is developed in three different communities, located in the provinces of Maputo, Inhambane and Zambézia, and included 20 women participating in each community. The investigation plan comprised four phases: diagnosis, intervention, evaluation and monitoring, and final evaluation, the results being obtained by conducting interviews, before and after training, and by the participant observation of the researcher. In general, it was found that the behaviors of the women who participated in the training were very positive, highlighting the motivation, the integration of women in the group and the spirit of mutual help. As for the impact of training, the most significant indicators were: women's willingness to be literate; happiness for participating in the program; the creation of personal income; the completion of the sale of its products; and participation in the payment of children's school expenses. The qualification of the participating women through the training program gave rise to new realities, procedures and practices of local management, in a format of sustainable development, that is, respecting the community, its history, culture, experience and social structure. |
