Dyslexia and ADHD in higher education: the use of medicalization as a privilege for admission?

Autor: Thais de Sousa Rodrigues
Přispěvatelé: Silva, Silvia Maria Cintra da, Barroco, Sonia Mari Shima, Peretta, Anabela Almeida Costa Santos, Scarin, Ana Carla Furlan
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2018
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFU
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
instacron:UFU
Popis: CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior A medicalização refere-se ao processo de patologização de situações cotidianas que são abordadas por um ponto de vista majoritariamente médico e biológico e compreendidas de forma individualizante. Em uma perspectiva nosológica e relacionada aos processos de aprendizagem, encontramos supostos transtornos como Dislexia e Transtorno de Déficit de Atenção com/sem Hiperatividade (TDA/H) nos diferentes níveis de ensino. Neste sentido, esta pesquisa teve como objetivo geral conhecer e analisar os laudos de Dislexia e TDA/H utilizados para o ingresso no Ensino Superior a partir das contribuições da Teoria Histórico-Cultural e, como objetivo específico, propor contribuições da Psicologia Escolar no enfrentamento da medicalização no Ensino Superior. Neste estudo, com enfoque qualitativo, procedemos a um levantamento dos laudos nos anos de 2003 a 2016 apresentados por candidatos junto ao setor responsável pelos processos seletivos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU); realizamos entrevista semiestruturada com funcionária responsável pelo setor de atendimento especial, contato telefônico com o Centro de Ensino, Pesquisa, Extensão e Atendimento em Educação Especial (CEPAE) e fizemos uma observação durante a aplicação de provas do setor especial, acompanhando candidatos que entraram com requerimentos e laudos de TDA/H e Dislexia, como também de deficiências visuais, auditivas, físicas e outras necessidades. No levantamento de 809 requerimentos encontramos 96 candidatos com laudos de Dislexia e TDA/H, sendo 42 do sexo feminino e 54 do masculino, 34 destes com intenção para o curso de Medicina. O número de requerimentos aumentou de 2003 para 2016, assim como o uso de medicamentos, sendo que 32 candidatos comprovam o uso de metilfenidato. Por meio da leitura cuidadosa dos requerimentos e laudos, da transcrição da entrevista e dos diários de campo, elencamos cinco eixos para análise: 1) Supremacia médica: o status do “doutor”; 2) Escola ou farmácia?: Dói muito fazer vestibular?; 3) A apropriação dos sintomas e a naturalização dos efeitos colaterais; 4) Deficiência, transtorno, disfunção ou “história pra boi dormir”? Afinal, o que são TDA/H e Dislexia? e 5) Se o TDA/H e a Dislexia não são deficiências, por que incluí-los no atendimento especial? Desta forma, propomos que seja criada uma comissão interna na UFU, composta por equipe multiprofissional, com a participação de psicólogos, que avalie estes requerimentos de atendimento especial e atue na desconstrução destes diagnósticos. Além disso, propomos também que alguns destes recursos ofertados para os candidatos de atendimento especial, tal como a extensão do tempo de prova em até uma hora, sejam ampliados para todos, sem a necessidade de um laudo que ateste algum suposto transtorno. Compreendemos que a oferta de atendimento especial para pessoas com laudos de TDA/H e Dislexia contribui não apenas para a proliferação de laudos, como para o uso de fármacos, o que culmina no aumento da medicalização da vida. Visto assim, acreditamos que este estudo venha a contribuir não só para alertar, mas também denunciar práticas medicalizantes que têm acontecido em tantos contextos, sendo o Ensino Superior um deles. Propugnamos uma educação superior que seja acessível a quaisquer estudantes que tenham interesse em prosseguir seus estudos neste nível de ensino e que, em sua escolarização pregressa, sejam respeitados e auxiliados em seus diferentes modos e tempos de aprender e que não tenham sido induzidos a crer ou lançar mão de um pseudotranstorno, como a Dislexia e o TDA/H, como privilégio para o ingresso na Universidade. Medicalization refers to the process of pathologization of daily situations there are approached by a medical and biologic point of view and underpinned by an individualized way. From a nosological perspective and related to learned process, we find purported disorders as Dyslexia and Attention Deficit /Hyperactivity Disorder (ADHD) in different education levels. In this regard, this research has as general objective to know and to analyse Dyslexia and ADHD technical reports used for entry to Higher Education through Cultural-historical Theory contributions and, as specific objective, to propose School Pshicology on medicalization confronting on Higher Education. On this study, with quality focus, we proceeded to a technical reports survey between 2003 and 2016 showed for candidates to responsible sector by Federal University of Uberlândia (UFU) selective processes; we realized semi-structure interview with employee responsible for exceptional care sector, we did phone contact to Teaching, Research and Extension Center Assistance in Special Education (CEPAE) and we did an observation during the test application of the special sector, monitoring candidates who entered with Dyslexia and ADHD requests and technical reports, as visual, hearing, physical impairment and another necessities. On survey we found 809 requests, 96 candidates with Dyslexia and ADHD, 42 females and 54 males, 34 candidates with intention to Medical course. The number request increased between 2003 and 2016, just as pills used, since 32 candidates use methylphenidate. Through a careful reading of requests and technical reports, the interview transcription and the field diary, we choose five axes to analyse: 1) Medical supremacy: the “doctor” status; 2) School or drugstore? It hurts a lot to do entrance examination? 3) The symptoms appropriation and the collateral effects naturalisation; 4) Disability, disorder, dysfunction or “story to sleeping ox”? After all, what are ADHD and Dyslexia? and 5) If ADHD and Dyslexia are not disabilities, why there are included in exceptional care service?. Therefore, we propose to create an internal committee in UFU, composed of multidisciplinary staff, with psychologists participation to evaluate these exceptional care requests and to act on diagnostic deconstruction. Besides that, we purpose that some of these resources that are offered to exceptional care candidates, such as the time extension test up to one hour, there are expanded to all candidates, without the necessity of a technical report that attests some purported disorder. We believe that the care exceptional service offered to people with Dyslexia and ADHD contributes just not to the technical supports proliferation, as such to use of medicines, that contributes to increased of life medicalization. Thus, we believe that this study comes to contribute just not to alert, but to report medicalization practice, that are happening in a lot of contexts, as the Higher Education. We defend a Higher Education that can be access to any students that are interested to continue their studies in this level of teaching and that, in their past schooling, they are respected and assisted in their different kind and time of learning and they were not induced to believe or make use purported disorders, such as Dyslexia and ADHD, as a benefit to entry on college. Dissertação (Mestrado)
Databáze: OpenAIRE