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A contemporaneidade tem apresentado diversidades culturais que exigem reflexão, sobretudo no âmbito da literatura. A representação do ser humano na ficção corrobora para a negociação estabelecida entre a autenticidade literária e a globalidade. Os espaços estão cada vez mais intersticiais porque se fazem notar a partir de uma busca híbrida de elementos identitários. Nesse contexto, o continente africano tem chamado a atenção a transnacionalidade de escritas pós-coloniais como a de Mia Couto, autor moçambicano. Nos contos A Rosa Caramela e Rosalinda, a nenhuma, a realidade sensível das personagens é delineada pela sutileza dos espaços externos e internos, os quais se dão em interstícios fragmentados por uma identidade em processo de (des)estabilização. Este artigo busca analisar como os espaços intersticiais se articulam enquanto representação fendida para formarem o que se pode chamar identidade. |