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Introdução e objetivos: O mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia caracterizada pelo acúmulo de plasmócitos na medula óssea. Pacientes com MM ativo apresentavam até 10% de tromboembolismo. Com a introdução da talidomida, administrada em associação a outros medicamentos, os eventos trombóticos chegam a alcançar taxas de até 35% em algumas séries. Fatores de risco como idade avançada, tabagismo, hereditariedade, imobilidade, história prévia de trombose, distúrbios de hipercoagulabilidade, gravidez e tumores malignos são alguns dos fatores que predispoem à tromboses. Os objetivos do estudo foram: Avaliar a frequência de tromboses em pacientes com MM no ambulatório do CHS de Sorocaba; Alem disso, verificar a relação entre trombose e fatores de risco. Metodologia: Foram avaliados 42 pacientes através da análise de seus prontuários, sendo excluídos 4 pacientes por falta de dados. Os pacientes foram classificados segundo a ocorrência de trombose ou não, do momento do diagnóstico até a última consulta. Dados como história do evento trombótico, localização da trombose, tratamento e medicamentos, ocorrência ou não de embolia, causas prováveis da doença e consequências foram analisadas até o mês de setembro de 2020. Resultados: Foram avaliados, portanto, 38 pacientes, dos quais 27 homens (71%) e 11 mulheres (29%). Encontrou-se 4 (10,5%) pacientes com ocorrência de eventos trombóticos, sendo todos do sexo masculino. No que se refere aos fatores de risco, foram encontrados 23 pacientes com idade ≥ 65 anos, sendo que desses, 3(13%) apresentaram tromboses; no grupo 0,05). No que tange ao tratamento, quase todos, ou seja, 35 (92,1%) pacientes usaram Talidomida, e são os 4 (11,4%) que apresentaram tromboses. Apenas 3 não utilizaram Talidomida (CD ou MP) e nenhum apresentou evento trombótico. 7 pacientes receberam MPT (melfalano, prednisona e talidomida), enquanto 26 pacientes usaram CTD (ciclofosfamida, talidomida e dexametasona) e 2 receberam TD. A análise estatística, realizada pelo teste qui-quadrado, mostrou que a associação entre fatores de risco, esquema terapêutico e eventos trombóticos não foi significativa (p > 0,05). Isso provavelmente decorre da pequena casuística que foi analisada, pois a análise descritiva sugere que o sexo masculino, a idade avançada, tabagismo e o uso de talidomida favorecem a ocorrência dos eventos trombóticos, o que é observado na literatura. Conclusão: Observou-se no estudo maior prevalência de trombose nos homens com idade ≥ 65 anos, tabagistas e submetidos a tratamentos com CTD, MPT ou TD. Com relação a outros fatores de risco, como fraturas, imobilização, estadios avançados, transplante de medula óssea e plasmoctomas, não foi possível encontrar relação com eventos trombóticos, em razão da casuística restrita e as inúmeras variaveis a serem correlacionadas. |