O 'drama em gente' de Fernando Pessoa, das cartas de amor às cartas astrais

Autor: Antônio Leandro Barros
Rok vydání: 2022
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Zdroj: Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica; Vol. 7 Núm. 22 (2022): Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica; 719-737
REVUE BRÉSILIENNE DE RECHERCHE (AUTO)BIOGRAPHIQUE; Vol. 7 No 22 (2022): Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica; 719-737
Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica; v. 7 n. 22 (2022): Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica; 719-737
Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica
Associação Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica (BIOgraph)
instacron:BIO
ISSN: 2525-426X
DOI: 10.31892/rbpab2525-426x.2022.v7.n22.p719-737
Popis: Em tratados clássicos a troca epistolar é definida como o diálogo entre pessoas ausentes que, por meio das cartas, tornam‑se presentes. Nesse sentido, este artigo propõe revisitar a tão explorada noção de heteronímia que se notabiliza na obra de Fernando Pessoa nos debruçando em um ponto bem específico: sua efetiva aparição epistolar e seu desdobramento “cartográfico”. Pois é em cartas (a Casais Monteiro) que Pessoa explica a gênese dos heterônimos como um processo que começou justamente como troca de cartas com personagens inexistentes. Assim, nos interessa cartografar nestas mesmas entrelinhas o jogo próprio do poeta de construir ali também, enquanto quem escreve e explica, as relações ao mesmo tempo entre autobiografia e “história direta” das suas despersonalizações. Para tanto avançamos também em direção a algumas considerações feitas sobre suas cartas de amor (trocadas com Ophelia Queiroz, nas quais chegam a se intrometer concretamente alguns heterônimos) e suas cartas astrais (que envolvem, além de epístolas, as cartas que ele fez para si e para cada um dos seus heterônimos). In classical treatises, epistolary exchange is defined as the dialogue between absent people who, through letters, become present. In this sense, this article proposes to revisit the much explored notion of heteronymy that stands out in the work of Fernando Pessoa, focusing on a very specific point: its effective epistolary appearance and its “cartographic” development. Because it is in letters (to Casais Monteiro) that Pessoa explains the genesis of heteronyms as a process that began precisely as an exchange of letters with non-existent characters. Thus, we are interested in mapping on these lines the poet's own game of constructing there, as the one who writes and explains, the relations at the same time between autobiography and the “direct history” of his depersonalizations. In order to do so, we also move towards some considerations made about his love letters (exchanged with Ofélia Queiroz, in which some heteronyms actually interfere) and his astral writings (which involve, in addition to epistles, the charts he made to himself and for each of its heteronyms). En los tratados clásicos, el intercambio epistolar se define como el diálogo entre personas ausentes que, a través de las cartas, se hacen presentes. En este sentido, este artículo se propone revisar la muy explorada noción de heteronimia que se destaca en la obra de Fernando Pessoa, centrándose en un punto muy específico: su efectiva apariencia epistolar y su desarrollo “cartográfico”. Porque es en cartas (a Casais Monteiro) que Pessoa explica la génesis de los heterónimos como un proceso que comenzó precisamente como un intercambio de cartas con caracteres inexistentes. Así, nos interesa mapear en estas entre líneas el propio juego del poeta de construir ahí, como quien escribe y explica, las relaciones a la vez entre autobiografía e “historia directa” de sus despersonalizaciones. Para tanto, nos aproximamos también a algunas consideraciones realizadas sobre sus cartas de amor (intercambiadas con Ofélia Queiroz, en las que interfieren algunos heterónimos) y sus cartas astrales (que implican, además de las epístolas, las cartas que ha hecho para sí mismo y para cada uno de sus heterónimos).  
Databáze: OpenAIRE