Avaliação dos biomarcadores urinários no seguimento de crianças com estenose de junção ureteropélvica

Autor: Marcos Figueiredo Mello
Přispěvatelé: Roberto Iglesias Lopes, Adriano Almeida Calado, Francisco Tibor Denes, Fabio Yoshiaki Tanno
Rok vydání: 2021
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
DOI: 10.11606/t.5.2021.tde-28092021-100819
Popis: Introdução: Postula-se que o aumento do metabolismo das proteínas da matriz extracelular está associado à fibrose tecidual no contexto de estenose de junção ureteropélvica (EJUP). O manejo ideal da EJUP permanece discutível. Este estudo casocontrole prospectivo teve como objetivo investigar se os níveis urinários de proteínas da matriz extracelular são úteis para discernir os pacientes com hidronefrose obstrutiva daqueles com hidronefrose não obstrutiva em crianças com hidronefrose unilateral secundária à obstrução ao nível da junção pieloureteral. Métodos: Setenta e quatro pacientes foram incluídos no estudo. Concentrações urinárias de metaloproteinases de matriz extracelular (MMP) -1, -2, -9 e -10 e os inibidores de metaloproteinases (TIMP) -1 e -2, valores absolutos e normalizados pela creatinina (Cr) urinária, bem como as características clínicas (grau de hidronefrose, função renal diferencial e t1 / 2) foram registradas nos seguintes grupos de pacientes de mesma idade: 26 crianças com hidronefrose obstrutiva no diagnóstico inicial e durante o pós-operatório da correção cirúrgica (grupo hidronefrose obstrutiva); 22 crianças com hidronefrose não obstrutiva no momento do diagnóstico e após seis meses de observação (grupo hidronefrose não obstrutiva); e 26 crianças sem qualquer condição do trato urinário (grupo controle). Os resultados foram avaliados estatisticamente usando para grupos homogêneos, uma análise de variância unilateral (ANOVA) e para grupos não paramétricos, teste de Mann-Whitney ou teste de Kruskal-Wallis. Resultados: Comparando as amostras iniciais, MMP-1, MMP-2, MMP-10 TIMP-1 e TIMP-2 apresentaram maior concentração no grupo hidronefrose obstrutiva e menor concentração no grupo controle. Os níveis de MMP-9 foram menores no grupo controle, mas maiores no hidronefrose não obstrutiva. A análise das curvas ROC mostrou um perfil diagnóstico melhor para a detecção de hidronefrose obstrutiva para MMP-2/Cr (área sob a curva ASC - de 0,655), TIMP-1/Cr (ASC - de 0,692) e TIMP-2/Cr (ASC de 0,678). A avaliação dos parâmetros no grupo hidronefrose obstrutiva, no pré e pós-operatório apresentou queda na concentração urinária de TIMP-1 e TIMP-2 e aumento na concentração urinária de MMP-1, MMP- 2, MMP-9 e MMP-10. Todas as proteínas analisadas permaneceram estáveis no grupo hidronefrose não obstrutiva no momento do diagnóstico e após seis meses de observação. Conclusão: Demonstramos que os pacientes pediátricos com hidronefrose obstrutiva apresentam concentrações significativamente maiores de MMP-2, TIMP-1 e TIMP-2. Particularmente, os níveis de TIMP-2 foram correlacionados à gravidade da obstrução e, portanto, pode ser um biomarcador urinário útil para alocar corretamente as crianças com EJUP entre o tratamento cirúrgico e o seguimento conservador. Após a pieloplastia, TIMP-1 e TIMP-2 apresentaram diminuição progressiva no pós-operatório, o que também é altamente desejável para marcadores urinários. Introduction: Extracellular matrix proteins have been found to be associated with tissue fibrosis in the setting of ureteropelvic junction obstruction (UPJO). The ideal management of UPJO remains debatable. This prospective case-control study aimed to investigate whether urinary levels of extracellular matrix proteins (associated to tissue fibrosis) are useful to discriminate the severity of urinary obstruction in children with unilateral ureteropelvic junction obstruction (UPJO). Methods: Seventy-four patients were enrolled in the study. Urinary matrix metalloproteinases (MMP) -1, -2, -9, -10 and metalloproteinase inhibitors (TIMP) -1 and -2 as well as clinical characteristics (hydronephrosis grade, differential renal function and t1/2) were measured in the following age-matched groups: 26 children with obstructive hydronephroses HN at initial diagnosis and during six months after dismembered pyeloplasty; 22 children with non-obstructive HN at diagnosis and after six months of observation; and 26 children without any urinary tract condition, as the control group. Results were assessed statistically using for homogenous groups, a one-way analysis of variances (ANOVA) and for nonparametric groups, MannWhitney test or Kruskal Wallis test was performed. Results: Comparing the initial samples, uMMP-1/Cr, uMMP-2/Cr, uMMP-10/Cr uTIMP-1/Cr and u-TIMP-2/Cr had higher concentration in obstructive HN group and lower concentration in control group. The uMMP-9/Cr levels were lower in control group, but higher in non-obstructive HN group. The ROC curves analysis showed a promising diagnostic profile for the detection of obstructive HN for uMMP-2/Cr (area under the curve AUC of 0.655), uTIMP-1/Cr (AUC of 0.692) and uTIMP-2/Cr (AUC of 0.678). The follow-up evaluation in the obstructive HN group, pre- and postoperatively depicted fall in urinary concentration of uTIMP-1/Cr and uTIMP-2/Cr and increase in urinary concentration of uMMP-1/Cr, uMMP-2/Cr, uMMP-9/Cr and uMMP-10/Cr. All analyzed proteins were stable in non-obstructive HN at diagnosis and after six months of observation. Conclusion: We demonstrated that pediatric patients with obstructive HN have significantly higher uMMP-2, uTIMP-1 and uTIMP-2 concentrations. Particularly, uTIMP-2 levels were correlated to severity of the obstruction and therefore, it might be a useful urinary biomarker to correctly allocate children with HN between surgical management vs follow-up. After pyeloplasty, uTIMP-1 and uTIMP-2 presented a progressive decrease postoperatively, which is also highly desirable for urinary markers.
Databáze: OpenAIRE