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Na década de 1990 e início do século XXI, Curitiba apresentava um projeto explícito de cidade que acionava para seu fortalecimento diversos grupos advindos de diferentes campos, inclusive, do educacional. Este artigo analisa materiais curriculares produzidos tanto na Gestão do prefeito Rafael Greca (1993-1996) quanto na de CássioTaniguchi (1997-2004), no que diz respeito às relações entre estes currículos e questões da cidade. De modo geral, observou-se que, embora na gestão Greca tenha ocorrido uma certa centralização curricular e na de Taniguchi uma descentralização, propostas com encaminhamentos curriculares tão diferentes tiveram em comum um importante fio condutor: o projeto da cidade. O currículo oficial acabou por oferecer à escola uma análise conservadora da cidade, reforçando e incentivando o apolitismo das crianças e procurando conformá- las à imagem de uma cidade modelar -“correta”, “ecológica”, de “planejamento exemplar” e da “união das etnias”- em que as desigualdades sociais e raciais ficavam relegadas a um segundo plano ou à invisibilidade. |