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O presente estudo analisa as possíveis relações entre a gestão de uma política de correção de fluxo em uma rede pública de ensino e a transição para o ensino médio. O estudo das trajetórias escolares dos alunos constituiu-se como recurso para compreender os resultados da política e seus possíveis efeitos sobre as transições escolares para o ensino médio. Na análise foram utilizados dados do Censo Escolar, da base de matrículas da rede de ensino e os documentos oficiais disponíveis sobre a política e sua gestão. Inicialmente apresenta-se o contexto do desenho e gestão da política - estruturada no âmbito de uma parceria público/privada - e as trajetórias escolares de toda a população de alunos matriculados no 5º ano do ensino fundamental na rede de ensino estudada em 2010. Posteriormente apresenta-se as trajetórias daqueles que chegaram ao ensino médio em 2014. Os resultados sugerem que, não obstante a correção de fluxo através dos projetos de aceleração da aprendizagem ter favorecido o ingresso no ensino médio, a elevada taxa de repetência no ano subsequente - 1º ano desta nova etapa de ensino - deixa transparecer que o acesso ao ensino médio pode não ter correspondido a um processo de escolarização sustentável e bem consolidado em termos de aprendizagem, evidenciando os limites do controverso caráter compensatório da política em tela. |