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A mucormicose, previamente denominada como zigomicose, consiste em uma infecção fúngica causada por fungos da ordem Mucorales, a qual pode ser classificada em seis grupos diferentes, a depender da localização acometida, podendo ser caracterizada como rinocerebral (mais comum), pulmonar, cutânea, gastrointestinal, diversa ou disseminada. Fisiopatologicamente, a mucormicose decorre da invasão tecidual e rápida disseminação do patógeno em tecidos profundos, dando origem a um processo inflamatório intenso, associado à necrose tecidual, especialmente em pacientes imunossuprimidos. A epidemiologia da mucormicose é bastante variada, a depender do país avaliado, sendo que sua incidência depende de diversos fatores e possui baixa prevalência global. Contudo, vale ressaltar que tal infecção ganhou maior relevância no contexto da pandemia do Covid-19 e, apesar de rara, tem sido relatados surtos, em especial na Índia. Em relação às manifestações clínicas e ao prognóstico, eles são diferentes a depender de cada caso, apesar do alto índice de morbimortalidade. No que tange ao diagnóstico, esse é, comumente, tardio e é realizado através da alta suspeição clínica, adquirida na anamnese e exame físico, associado a exames complementares, em especial, imagiológicos e laboratoriais, como histopatologia e culturas. O diagnóstico diferencial é imprescindível, uma vez que outras patologias com apresentações semelhantes devem ser descartadas, no intuito de se estabelecer o tratamento correto e eficaz. O manejo terapêutico é feito farmacologicamente com antifúngicos, como a Anfotericina B lipossomal e a ressecção de tecidos necrosados é o principal objetivo do manejo cirúrgico para tratamento de mucormicoses. |