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Ao analisar dados de procedimentos administrativos de apuracao de violencia contra adolescentes por agentes de seguranca publica, disponibilizados pela Promotoria de Justica Civel de Campinas, do Ministerio Publico do Estado de Sao Paulo, foi possivel comprovar que a violencia policial em Campinas segue a mesma do padrao nacional, ou seja, os princiais alvos continuam sendo a juventude, negra, periferica e os protagonistas das agressoes sao majoritariamente policias militares. Partindo da analise destes 71 procedimentos administrativos, a pesquisa se direcionou ao estudo da relacao entre a juventude e policia, ressaltando a longa historicidade da brutalidade policial contra a juventude marginalizada, a qual foi enquadrada como um transtorno para o desenvolvimento da nacao a partir do seculo XIX, e, consequentemente, tratada como um problema que precisaria ser combatido e ate eliminado. Neste momento, a violencia policial foi concebida como um mecanismo pedagogico para a nao insercao do jovem no "mundo do crime", logica esta que legitimou e retroalimentou a brutalidade policial. Ademais, analisei como os policiais dificultam a implementacao de uma resposabilizacao juridica alternativa aos jovens, prevista pelo Estatuto da Crianca e do Adolescente, no momento em que sao a porta de entrada ao sistema de justica e os proprios os principais infratores destes direitos. |