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INTRODUÇÃO: Dissecção Espontânea de Artéria Coronária (DEAC) é a separação de camadas da parede da artéria coronária epicárdica, com ou sem rompimento interno, não traumática e não iatrogênica. A DEAC, pouco estudada, emerge como etiologia de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), especialmente entre mulheres jovens. Essa incidência e a associação com o período pós-parto sugere uma correlação fisiopatológica entre hormônios sexuais e DEAC, de modo que contraceptivos combinados não são recomendados para pacientes em risco. Porém, seu uso entre mulheres com DEAC não é notavelmente diferente de mulheres sem a condição e a alta prevalência do uso dos hormônios sexuais exógenos na população impede a verificação de uma relação causal. A farmacoterapia é controversa, com dupla antiagregação; anticoagulação em casos agudos durante revascularização; inibidores da enzima conversora de angiotensina (ou bloqueador de receptores de angiotensina e beta-bloqueador) com antagonista de receptor de mineralocorticóide em pacientes com alteração na função sistólica ventricular esquerda; e vasodilatadores para tratamento de angina aguda. METODOLOGIA: Realizou-se no dia 10/03/2022 a coleta de dados por anamnese e prontuário da paciente, que assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. DESCRIÇÃO DO CASO: Mulher, 31 anos, casada, 2 filhos nascidos de parto normal (G2 P2 A0), parda. Procurou atendimento médico com dor torácica anginosa retroesternal em aperto iniciados há 15 minutos, dor inicialmente classificada 7 em 10, progredindo para 10 em 10, sem irradiação. Apresentou parestesia e rigidez em membros superiores, nega vômito e desmaio. Nos antecedentes, relata uso de anticoncepcionais. Sinais vitais: 100X60 mmHg FC: 65 bpm DX: 92mg/dL, saturação: 99%. Eletrocardiograma demonstrou infradesnivelamento do segmento ST em parede lateral. À cineangiocoronariografia, evidenciou-se imagem sugestiva de DEAC em ramo marginal esquerdo. Apresentou elevação da troponina I - alta sensibilidade a 1.623,00 ng/L (valor normal < 34 ng/L). Respondeu ao tratamento medicamentoso padrão. CONCLUSÕES: A DEAC culminando em IAM é uma condição rara, que geralmente acomete mulheres jovens, na gestação ou puerpério. Assim, há necessidade de alerta na conduta médica em relação à dor retroesternal. |