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O propósito deste trabalho consiste em analisar o romance Predadores, de Pepetela, buscando apreender as formas de representação da condição itinerante que muitos grupos sociais se submetem em função das consequências de revoltas e guerras, modos de governo autoritários e mesmo de acidentes naturais. Mais especificamente, nossa proposta visa à reflexão acerca da reestruturação das memórias na formação da identidade de um povo, tendo a personagem central, Vladimiro Caposso, como elemento catalisador da trama demarcada pelo período de 1974 a 2004, compreendendo trinta anos, a partir das lutas finais pela Independência de Angola. A literatura pode servir como ferramenta de registro e manutenção dos costumes e tradições dominantes, uma vez que o discurso se materializa na oralidade e na escrita, que perpassam a História da evolução do homem como ser social. O suporte teórico deste trabalho constitui-se em estudos que permeiam a relação Literatura, História, Política e Sociedade, perpassando pelas acepções de memória e identidade, como: Mata (1993), Candido (1976, 1989), Barthes (1988), Carvalho (2010), Hall (2006), Ricoeur (2007), Lukács (2000) dentre outros. No que tange à formação da identidade cultural, a literatura traduz peculiaridades locais, manifestando os traços do momento histórico e da realidade social nela abordados. |