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Introdução: Meningite bacteriana é a infecção purulenta das meninges e do espaço subaracnóideo. A faixa etária mais acometida são crianças entre 1 mês e 5 anos de idade. Elas correspondem a 90% dos casos em nosso meio. Essa infecção gera uma resposta inflamatória no SNC, acarretando crises convulsivas, rebaixamento do nível de consciência e elevação da pressão intracraniana. O atendimento precoce é de suma importância para instituir o tratamento adequado, que permite reduzir a mortalidade e evitar sequelas no desenvolvimento neuropsicomotor da criança. O agente causador da meningite varia conforme a idade do paciente e doenças de base. Por esse motivo, é necessário amplo conhecimento do perfil microbiológico da meningite em diferentes fases da vida. Objetivo: Analisar o perfil microbiológico dos agentes causadores da Meningite Bacteriana e sua consequente influência na escolha da antibioticoterapia. Material e métodos: Revisão bibliográfica das bases de dados PubMed e Scielo utilizando os descritores: Doença meningocócica, Kernig sign, Meningite e Meningite pediátrica. Foram selecionados 5 artigos publicados a partir de 2013 para base deste estudo. Critérios de inclusão: Relevância do artigo, meio de publicação e abordagem global dos descritores. Resultados: A meningite em recém-nascidos e lactentes até os três meses de idade possui como principais agentes causadores: Streptococcus agalactiae, Listeria monocytogenes e gram negativos entéricos. Aos 3 meses até os 18 anos, as bactérias mais presentes são: Neisseria Meningitidis, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae. Ao levantar suspeitas do diagnóstico, deve-se iniciar antibioticoterapia de forma empírica. Essa medida diminui drasticamente a morbimortalidade. Para crianças menores de três meses é recomendado Ampicilina + Ceftriaxona. Dos 3 meses aos 18 anos; Ceftriaxona possivelmente associada à Vancomicina. Posteriormente, com a definição do agente causador através de exames laboratoriais, parte-se para o tratamento com antibióticos específicos. Infecções causadas pela N. meningitidis requerem Penicilina G cristalina ou ampicilina. H. Influenzae; Ceftriaxona. S.pneumoniae; Vancomicina + Ceftriaxona. Estafilococo; Oxacilina. Por fim, enterobactérias também requerem ceftriaxona. Conclusão: Entende-se, portanto, que a definição da etiologia irá nortear o uso de antibióticos após a administração empírica. Esse manejo possibilita um melhor prognóstico a longo prazo para a criança, com menor número de sequelas neurocognitivas. |