Perfil do consumo de antimicrobianos em três unidades de terapia intensiva em um hospital de ensino

Autor: Ana Mercia Silva Mascarenhas, Diana Silva Lopes, Tamiles Daiane Borges Santana, Nara Jacqueline Souza Dos Santos, Bruna Rivelli De Carvalho Almeida, Vanessa Teles De Oliveira, Indira Alves Barros, Gisele Da Silveira Lemos
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: JORNAL DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E FARMACOECONOMIA. 4
ISSN: 2525-7323
2525-5010
Popis: Introdução: Os antimicrobianos são uma das principais drogas utilizadas em unidade de terapia intensiva (UTI), porém seu uso indiscriminado e por tempo prolongado é um dos principais fatores envolvidos no surgimento de bactérias multirresistentes. Uma das maneiras de reduzir o surgimento de cepas resistentes, sobretudo nas UTI, é por meio de estratégias de uso racional dos antimicrobianos. Infelizmente, não há protocolos que orientem qual a melhor associação de antimicrobianos de acordo com cada sítio de infecção. Por isso a associação empírica de antibióticos ocorre de acordo com a epidemiologia local, o quadro clínico e os fatores de risco do paciente. Objetivo: Caracterizar o perfil de consumo de antimicrobianos de três Unidades de Terapia Intensiva em um Hospital de ensino. Métodos: Estudo descritivo comparativo, realizado em um hospital geral de ensino, que atende pacientes de média e alta complexidade em Jequié – BA que conta com 276 leitos. Foram coletados os dados de consumo mensal de antimicrobianos utilizados no período de janeiro a maio de 2019, nas três Unidades de Terapia Intensiva (UTI) (01, 02, 03) deste hospital possuindo 29 leitos. Os dados foram coletados através do sistema eletrônico disponível no hospital. Foram identificados 27 antimicrobianos utilizados nas UTI 01 e 02, e 30 antimicrobianos utilizados na UTI 03. Resultados: O consumo de antimicrobianos neste período totalizou 13.982 unidades. Os cinco antimicrobianos mais utilizados foram: Piperacilina + Tazobactam (1042), Meropeném (633), Ceftriaxona (558), Clindamicina (553) e Vancomicina (307) totalizando 69% do consumo geral. Dentre estes, o mais consumido nas três UTI foi Piperacilina 4 g + Tazobactam 500 mg (3.127 unidades), gerando um gasto de R$ 83.655,08 para as três UTI, sendo 41,7% do total gasto no período com todos os antimicrobianos. Apesar de não haver um padrão de especialidades entre as UTI, houve variação no perfil de consumo dos antimicrobianos, assim como nas quantidades utilizadas. Na UTI 03 foram identificados entre os mais utilizados, dois antimicrobianos (Sulfadiazina e Polimixina B) que obtiveram baixo ou nenhum consumo nas demais UTI no período. A UTI 02 foi a que gerou menos custos com antimicrobianos no total, enquanto a UTI 03 gerou maior custo. A média do gasto total das três UTI foi de R$ 66.755,15. Conclusão: A diferença no padrão de consumo de antimicrobianos durante o período em estudo nas UTI pode ser resultado da ausência de uma política de protocolos de utilização de antimicrobianos, propiciando a variação nas prescrições e aumento dos custos para o hospital.
Databáze: OpenAIRE